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Numa ação concertada com os líderes internacionais, Ursula von der Leyen afirma que a União Europeia se prepara para avançar com aquela que tem sido considerado a mais dura das sanções contra a Rússia.
"Comprometemo-nos a assegurar que um certo número de bancos russos serão removidos do [sistema] Swift", anunciou a presidente da Comissão Europeia, na noite deste sábado, no final de uma videoconferência com "o presidente Biden, com o presidente Macron, o chanceler Scholz, o primeiro-ministro Draghi, assim como o primeiro-ministro Trudeau e o primeiro-ministro Johnson", com quem coordenou a decisão.
"Isto assegura que estes bancos serão desligados do sistema financeiro internacional, ferindo-lhes a capacidade para operar globalmente", afirmou, convicta de que haverá "consequências diretas sobre a atividade económica da Rússia".
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"Desligar os bancos vai impedi-los de conduzir a maioria das transações a nível global, e bloquear eficazmente as importações e exportações russas", afirmou.
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Mas, a medida deverá ter também impacto na capacidade da Rússia para financiar a guerra, já que o objetivo é "impedir o Putin de usar o fundo de reserva de guerra".
"Vamos paralisar os ativos do Banco Central da Rússia. Isto vai congelar-lhes as transações, e vai tornar impossível ao banco central liquidar ativos", frisou.
Von der Leyen disse que Bruxelas quer também atingir os barões próximos do regime, prometendo "trabalhar para proibir os oligarcas russos, de usarem os próprios ativos financeiros nos nossos mercados".
A decisão de desligar a Rússia do sistema internacional de pagamento esteve em discussão ao mais alto nível, na passada quinta-feira, na cimeira europeia, mas sem que fosse possível alcançar um consenso.
Os países do Báltico e a Polónia mostraram-se a favor de que a União avançasse com a medida, mas os representantes de estados como a Alemanha, Itália, Hungria e Chipre achavam que o passo não devia ser dado.
O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell admitia, porém, que as medidas seriam adotadas de forma incremental "de acordo com as ações de Moscovo".
A chefe do executivo comunitário condenou uma vez mais a atuação de Moscovo, lamentando que "apenas a uma dúzia de quilómetros da fronteira leste da União Europeia o exército russo esteja praticar ações bárbaras durante a invasão da Ucrânia: está a bombardear e a lançar mísseis, [e] a matar pessoas inocentes".
"Mas, o mundo inteiro está a testemunhar a resistência determinada e corajosa do exército e da população ucraniana", vincou.
"Putin embarcou num caminho com o objetivo de destruir a Ucrânia, mas o que ele também está a fazer, na verdade, é destruir o futuro do seu próprio país", afirmou.

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A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já provocaram pelo menos mais de 120 mortos, incluindo civis, e centenas de feridos, em território ucraniano, segundo Kiev. A ONU deu conta de 100.000 deslocados no primeiro dia de combates.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa "desmilitarizar e desnazificar" o seu vizinho e que era a única maneira de o país se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário, dependendo dos seus "resultados" e "relevância".
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), <a class="ngx-body-text-entity" href="/entidade/org/uniao-europeia.html" text-entity-id="51371" text-entity-type="Organization">União Europeia (UE) e Conselho de Segurança da ONU, tendo sido aprovadas sanções em massa contra a Rússia.