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A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou esta quarta-feira perante o Parlamento Europeu, em Bruxelas, que vai propor em breve um quadro legal com vista a garantir um salário mínimo para todos os cidadãos na Europa.
A líder europeia salientou que muitos cidadãos europeus esperam agora "simplesmente chegar ao fim do mês." Von der Leyen sustentou também que a precariedade causada pela pandemia não acabou. Uma economia "mais humana" será o que protegerá os cidadãos da falta de emprego e pobreza, analisou assim.
"Na nossa União, a dignidade do trabalho tem de ser sagrada. Para muita gente, o trabalho já não compensa", reconheceu Von der Leyen, que avançou que será criada uma estrutura jurídica para assegurar que todos têm acesso a salários mínimos, como por exemplo através de negociação coletiva. "Os salários mínimos funcionam, e chegou a altura de começarem a ser pagos."
Ursula von der Leyen recupera assim a promessa que fez o Parlamento Europeu, em julho, quando ainda corria pela sua eleição, e defendeu o salário mínimo. "Em todos os países, o trabalho deve pagar pela vida. Se alguém está a trabalhar a tempo inteiro, o emprego deve pagar pela sua vida. É por isso que vou lutar pelo salário mínimo, em todos os países", prometeu a poucos dias da votação em que pode acabou por ser confirmada como presidente da Comissão Europeia.
Hoje mostrou que não deixou cair a promessa, apesar da pandemia. "A Comissão vai apresentar uma proposta legal para apoiar os Estados-membros a estabelecer um quadro para salários mínimos. Todos devem ter acesso a salários mínimos, quer através de acordos coletivos, quer através de rendimentos mínimos estabelecidos", defendeu a antiga ministra alemã do Trabalho, no seu primeiro discurso sobre o Estado da União enquanto presidente do executivo comunitário.
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Na parte do discurso centrada na área económica, Von der Leyen defendeu também que, enquanto a pandemia da Covid-19 não abrandar e a incerteza se mantiver, na Europa e à escala global, devem ser mantidos os estímulos à economia.
A presidente da Comissão sublinhou durante a sua intervenção o impacto decisivo que tiveram as redes de segurança estabelecidas para proteger empresas e trabalhadores da crise sem precedentes provocada pela pandemia, que, reforçou, ainda não foi vencida.
"Definitivamente, este não é o momento de retirar apoios", disse, ainda que admitindo ser necessário garantir a sustentabilidade orçamental em paralelo com os apoios às empresas e trabalhadores.
O Parlamento Europeu é estq quarta-feira palco do discurso sobre o Estado da União, o primeiro proferido pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o primeiro realizado em Bruxelas, devido à Covid-19, o tema incontornável este ano.