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O Parlamento israelita realiza no domingo o voto de confiança ao novo Governo, a última etapa antes da instalação no poder da coligação que sucederá o Executivo de Benjamin Netanyahu, anunciou esta terça-feira o presidente o Parlamento.
"O debate e a votação sobre o novo Governo serão realizados no domingo, 13 de junho de 2021, durante uma sessão especial do Parlamento", disse Yariv Levin, presidente do Knesset, o Parlamento de Israel, num comunicado.
Esta coligação heterogénea foi formada a 2 de junho, pelo líder da oposição Yaïr Lapid com dois partidos de esquerda, dois do centro, três da direita, incluindo Yamina (nacionalista radical) e o partido árabe israelita Raam (islâmico).
Lapid, líder do partido Yesh Atid, saudou o anúncio de Levin, numa mensagem publicada na rede social Twitter, acrescentando que "o Governo de unidade está a caminho para o bem dos cidadãos do Estado de Israel".
Esta nova coligação, que supostamente colocaria fim a mais de dois anos de crise política marcada por quatro eleições legislativas, foi formada para destituir Benjamin Netanyahu, o primeiro-ministro mais duradouro da história do país, com um total de 15 anos no poder (1996 -1999 e de 2009 até o presente).
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A ser julgado por corrupção em três casos diferentes, Netanyahu, 71 anos, tem multiplicado os alertas e as declarações difamatórias em relação à nova equipa, a ponto de preocupar os serviços de segurança.
Na segunda-feira, Netanyahu voltou a designar o novo Executivo de "perigoso Governo de esquerda", através da rede social Twitter.
Os seus apoiantes aumentaram as ameaças online ou em concentrações diante das casas dos dirigentes da nova coligação, a quem chamam "traidores".
Um ambiente que "lembra os dias anteriores à morte de Yitzhak Rabin", observa o jornal mais lido do país, o Yediot Aharonot, numa referência ao assassínio deste primeiro-ministro trabalhista israelita em 1995 por um extremista judeu na sequência dos acordos de Oslo sobre uma autonomia palestiniana.
O diretor do serviço de segurança interna israelita Shin Beth, Nadav Argaman, alertou os políticos contra "um aumento dos discursos incitando a violência, especialmente nas redes sociais".
Segundo Argaman, tais discursos podem ser "entendidos por certas pessoas ou certos grupos como uma autorização para cometer atos de violência", que podem levar a "ferimentos mortais".