Este fim de semana, e mais uma vez, Cavaco Silva falou e o país ouviu. O ex-primeiro-ministro e ex-Presidente da República sempre tiveram este condão de falar no momento certo, com a mensagem adequada, colocando todo o país a discutir o que disse.
Sempre fui contra esta norma, muito portuguesa, na qual os nossos senadores não devem intervir muito na vida política e muito menos fazê-lo com assertividade.
Defendo precisamente o contrário, defendo as intervenções do ex-Presidente Cavaco Silva, como defendia as intervenções do Ex-Presidente Mário Soares, ou de outros cidadãos de relevo do nosso país. O conhecimento e o desprendimento que a vida lhes trouxe não podem ser desperdiçados.
Cavaco Silva foi claro no que disse e puxando de todo o seu pragmatismo indicou um rumo para o país, indicou prioridades para uma futura governação e principalmente norteou o que são a ética e a moralidade aceitáveis em política.
O chorrilho de escândalos políticos que têm sido noticiados não nos pode fazer acomodar à situação. Não nos pode fazer aceitar o inaceitável. Não nos pode fazer ignorar o que aconteceu no governo liderado por António Costa. Mentir não é aceitável. Esconder não é correto. O Estado não tem donos e as empresas públicas não são coutadas privadas dos governantes.
Cavaco Silva foi duro, mas não foi injusto ou incorreto. Disse a verdade e disse-a de uma forma que as pessoas ouviram. Cavaco Silva, deu um abanão ao país. Como que dizendo: acordem este não é um governo normal!
Tal como também não foram normais as reações do Partido Socialista, o líder parlamentar Brilhante Dias acusar Cavaco Silva de ser um radical extremista é anedótico. Mas é nesta anedota que temos vivido, nesta narrativa polarizadora em que se não tivermos do lado do PS estamos muito perto de ser fascistas. Em que ser oposição e por a nu as trapalhadas do governo é quase traição à pátria.
O país não merece isto e a verdade é que existem alternativas. Embora por vezes sui generis Portugal é uma democracia. E o PSD é sempre uma alternativa.