Nos últimos dias fomos surpreendidos por um certo balão chinês a sobrevoar os Estados Unidos da América, tendo este sido destruído pelas Forças Armadas dos EUA.
Em termos internacionais é mais um incidente para juntar a outros, tais como a visita controversa no passado Verão de Nancy Pelosi a Taiwan, numa relação bilateral que é cada vez mais caracterizada como rival, competitiva e distante.
No que toca a Washington o timing do incidente é excelente para a Administração Biden. Amanhã o Presidente dos EUA fará o seu habitual discurso perante o Congresso sobre o Estado da União. E, de facto, no último ano de Biden e em relação com a China a tónica tem sido de prosseguir o anunciado "decoupling" (em português: separação ou distanciamento) sem grandes hesitações.
Em destaque, o anúncio em Agosto e Setembro do ano passado de um conjunto de medidas de protecção dos EUA em um sector estratégico: os semi-condutores.
Voltando ao balão e perante a "irritação" chinesa face à resposta dos EUA apetece perguntar: e se tivesse sido ao contrário? Se tivesse sido detectado um balão dos EUA a sobrevoar uma província chinesa?
A resposta é por demais evidente e importante para o grande discurso do Presidente Biden amanhã.