Minho com jogo de rosto europeu

Em apenas duas semanas Sporting e Braga voltam a encontrar-se. Ambos entraram no campeonato a vencer, mas a Supertaça, que o campeão ganhou, foi o primeiro indicador do estado de ambas as formações. O aliciante para o frente a frente no Minho é saber se, entretanto, os arsenalistas estão em condições de desafiar o natural favoritismo dos leões.

À segunda jornada temos direito a um duelo europeu. O Sporting, da Champions, e o Braga, da Liga Europa, ficam já com um assunto interno para resolver muito antes do início das respetivas campanhas na UEFA.

O primeiro ponto a reter é que, depois do quarteto mais forte da Liga (Sporting, FC Porto, Benfica e Braga) ter feito o pleno na abertura, é agora certo que leões e/ou minhotos não vão conseguir repetir o triunfo. Um deles, ou ambos, perderá pontos, o que não tendo grande relevância nesta altura da prova, pode representar um atraso - mesmo relativo - em relação à concorrência.

Logo, o objetivo dos dois lados é ganhar e não há dúvidas de que Braga e Sporting vão encarar o desafio unicamente com aquela intenção. Sendo que a equipa da casa apresenta um défice em relação aos últimos confrontos, com o da Supertaça mais presente no pensamento, lançando a interrogação sobre se alguma coisa mudou entretanto na correlação de forças.

Para o Sporting esta é uma primeira barreira de grau de exigência maior no contexto do campeonato e Ruben Amorim sabe bem o que isso significa. E implica. A afirmação do campeão como principal candidato passa também por aqui e, por isso, não será previsível uma grande mudança na estrutura - e nas opções - uma vez que, até agora, tudo tem funcionado bem.

Esgaio e Vinagre devem continuar, assim como o restante meio campo e o ataque não mostram razões para alterações notórias. De resto, enquanto o mercado não encerrar, Amorim só tem mesmo é de aproveitar aquilo que tem de melhor no plantel.

Carlos Carvalhal, por seu lado, dispõe de uma oportunidade (mais uma) para fazer com que o Braga comece a ganhar o seu espaço. Não se pode dizer que o campeão seja o "cliente" ideal para tal, mas a obrigação de tentar está lá. Os lesionados são um problema, mas não é impossível construir um onze forte. Que não se resume a Ricardo Horta.

Quanto ao Benfica, nesta ronda, as preocupações são outras. Enfim, semelhantes àquelas com que se deparou na jornada inaugural. É que as águias voltam a ter um jogo, neste caso com o Arouca, naantecâmara de uma nova etapa para tentar atingir a fase de grupos da Liga dos Campeões. Agora é o decisivo play-off e frente a um PSV de patamar superior ao do Spartak, como facilmente se percebe olhando os resultados da equipa de Eindhoven desde o início da temporada.

Jorge Jesus deixou expresso, desde o princípio, que em agosto tem a prioridade virada para a Champions. Claro que o primeiro objetivo desportivo da época é o título nacional, mas o primeiro objetivo financeiro é o dinheiro em caixa da maior prova de clubes da UEFA.

Portanto, o onze reservado para o campeonato será sempre alvo de profundas alterações. Não sei se repetirá seis mudanças, como em Moreira de Cónegos, mas certamente irá muito além da obrigatória troca de Diogo Gonçalves por Gilberto e da substituição de Vertonghen que poderá levar à recuperação do 4x4x2. Ou a um aproveitamento maior de Yaremchuk.

No fundo, o Benfica quererá resolver a partida o mais cedo possível para somar três pontos, a única verdadeira pretensão encarnada neste arranque de campeonato. O resto é para depois.

Tal como no início, o FC Porto entrará agora em Famalicão sabendo os resultados de todos os adversários diretos. O que, contudo, não altera substancialmente a pressão que sempre teria face à necessidade de atingir os três pontos.

Aos dragões, que abriram a época com um ótimo desempenho perante a Belenenses SAD, só se lhes exige que mantenham nível idêntico, pois tal é mais do que meio caminho andado para o triunfo.

Numa altura em que se equaciona o quadro pós-Corona, Sérgio Conceição possui soluções bastante válidas para manter os equilíbrios como ficou patente na atuação de Luis Diaz. Ou de João Mário. O único óbice, como é crónico, prende-se com o mercado, porque a saída de um valor acrescido como Corona ainda consegue ser superável, mas se não ficar por aqui em relação a jogadores-chave, então sim, o cenário pode complicar-se.

Por ora, é prosseguir. E em Famalicão, pese embora o empenho dos locais, o FC Porto é o óbvio favorito.

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