O Presidente António Costa

António Costa como candidato presidencial, apoiado pelo PS, CDU e BE, é o tira-teimas para saber se há uma frente de esquerda em Portugal.

Com a sua iniciativa peculiar de mandatar Passos Coelho para procurar estabilidade junto do PS, Cavaco Silva acabou por ceder a António Costa o papel de mobilizador de diálogos e compromissos. Inteligentemente, Costa aproveitou a oferta para mostrar que ele é o fiel da balança. Cavaco quis encurtar prazos e acabou a valorizar o papel do líder do PS.

Costa, que estava esmagado entre o crescimento dos partidos à sua esquerda e a vitória do centro-direita, emergiu como o único capaz de falar com os dois lados da barricada. Alimenta a ideia de que pode haver o tal governo de esquerda, mas sabe que os portugueses não votaram para que isso acontecesse. Esse Portugal À Esquerda (PAE) não esteve a votos, parte do eleitorado socialista é do centrão, que vota umas vezes PS e outras PSD, e essa frente de esquerda não é, portanto, uma questão de disponibilidade, mas de impossibilidade.

Se a esquerda quer provar o contrário tem nas presidenciais uma belíssima oportunidade. Lança António Costa como candidato presidencial, apoiado pelo PS, CDU e BE, com a promessa de dissolver o Parlamento e apresenta-se unida nas eleições antecipadas. Dessa forma, a vontade popular deixaria de estar sujeita às leituras dos que dizem que o povo votou maioritariamente por um governo de esquerda e dos que dizem que votou pela continuidade da coligação PSD/CDS.

Como nada disto vai acontecer, porque o PS não quer perder o centro que lhe resta, o melhor é não se perder muito tempo com o ilusionismo político. Costa que diga em que condições viabiliza o governo PSD/CDS e o orçamento de 2016. Muito provavelmente, dentro de um ano ou dois vamos ter legislativas outra vez.

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