"Rumo a Bruxelas"

Na próxima semana dezenas de professores deslocar-se-ão ao Parlamento Europeu, em Bruxelas, dando nota das questões que acalentam a luta que a classe docente está a empreender, alertando a Comissão para o Desporto e Educação para o que se passa em Portugal.

Esta iniciativa tem tanto mais valor quanto mais não seja pelo facto de não estar associada a qualquer sindicato, sendo iniciativa de um conjunto de professores que se organizou em defesa da Escola Pública.

Entretanto, ocorreu a 1.ª ronda negocial entre o ministério da Educação (ME) e os sindicatos dos professores, em que foram (finalmente!) abordados os problemas que os professores pretendem realmente ver resolvidos, e já profusamente reiterados: contagem integral do tempo de serviço, fim das quotas para as vagas de acesso aos 5.º e 7.º escalões, redução da burocracia no trabalho docente, de entre os mais relevantes.

O caminho antevê-se longo, porém, a "viagem" das conversações parece vir a ser célere, tendo o passo inicial sido curto, na opinião dos sindicatos, que voltarão a reunir, seguindo-se, seguramente, o sacramental pedido de uma reunião suplementar (normalmente para cumprir calendário...) por parte destes, ficando o processo finalizado em termos de negociações.

A aceleração das progressões e a redução da permanência em certos escalões foi insuficiente para alcançar o desejado acordo, cuja proposta não prevê a (total) recuperação do tempo de serviço congelado.

Espero, sinceramente, estar equivocado no raciocínio profético avançado, mas, seja qual for a proposta final do ME (expectando que na próxima reunião seja dado um passo de gigante...) nunca merecerá o acordo integral dos representantes dos professores, principalmente pela divisão cada vez mais vincada entre estas partes. O primeiro sindicato que celebrar um acordo será aplaudido pela generalidade das pessoas, mas liquidado por parte substancial dos professores, principalmente por aqueles que representa, dada a intensidade e radicalidade da "guerra" e a sua duração.

Estou convicto que por altura do reinício das atividades letivas após a Páscoa, o processo negocial estará findo, o desejado acordo inexistirá, as greves continuarão (nas suas diversas modalidades - último tempo letivo do horário do professor, ao serviço extraordinário e à componente não letiva, por distritos e, possivelmente às avaliações), os serviços mínimos perdurarão, mantendo-se o braço de ferro entre governo e sindicatos.

Em consciência, a Escola Pública almeja o tão necessário retorno à paz e à estabilidade. Para quando?

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