Só falta a cimeira de Wembley

Era uma final possível, mas talvez não fosse a mais previsível. O facto é que Itália e Inglaterra vão decidir qual delas sucede a Portugal no trono europeu. Uma e outra apresentaram ao longo da prova bons argumentos que explicam a cimeira de Wembley. É só repetirem o que de melhor têm feito para termos uma grande final.

Antes do mais, esta é uma partida em que os dois lados pretendem regressar a um passado longínquo. Um passado glorioso, entenda-se, que reporta aos anos 60 do século passado, mesmo que em contextos diferentes. Os italianos não vencem um Europeu desde 1968, aliás, o único triunfo, já que falharam essa hipótese em 2000 e 2012. Sim, a Itália ganhou tantos Europeus como Portugal.

Já a Inglaterra vive um momento ainda mais relevante, porque não ganha nada desde o Mundial de 1966, sendo esta a sua primeira presença na final de um Campeonato da Europa. Curioso o facto de aquele Mundial ter sido jogado em casa e de, desta vez, ter realizado praticamente todos os jogos em Wembley. Pelo meio falhou o objetivo no Euro de 1996, também em solo inglês, não passando das meias-finais (e Southgate lembra-se bem disso...).

Olhando para o todo do percurso de italianos e ingleses verifica-se que as performances são das que mais se destacaram. Porventura, até mesmo as que mais se destacaram. Esta Itália de Roberto Mancini, construída com alguns elementos que nem toda a gente imaginaria, teve a capacidade de mostrar que, afinal, não vive só de cinismo nem de uma vocação defensiva que, noutros tempos, parecia ser incapaz de largar. É pressionante e criativa quando é preciso, sustentada em executantes de enorme capacidade técnica. Num caso deu para afastar a Espanha, no outro a Bélgica, por exemplo.

Gareth Southgate, por seu lado, está a ajustar a Inglaterra a uma nova realidade. Pode não ser ainda nada de muito transcendente, mas a verdade é que a seleção chegou ao desafio decisivo apenas com um golo sofrido e dez marcados, com algumas exibições muito interessantes, até mesmo do ponto de vista do espetáculo. E, acrescente-se, com uma capacidade de mutação, como sucedeu frente à Alemanha, com efeitos visíveis.

Em resumo, para simplificar, termos em campo jogadores como Insigne e Sterling ou Jorginho e Kane, só por si, já vale a pena. E não adianta mandar palpites sobre um favorito, porque uma final, várias vezes, é mesmo uma caixa de surpresas. Divirtam-se.

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