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O secretário de Estado do Ambiente, Carlos Martins, apresentou a demissão, depois da polémica da nomeação do primo, Armindo dos Santos Alves, para seu adjunto.
"Entendo que o assunto pode prejudicar o Governo, o Partido Socialista e o senhor Primeiro-Ministro. Com a mesma honra que determinou a minha aceitação de funções governativas, entendo, nesta hora, pedir a minha demissão ao senhor Primeiro-Ministro e ao senhor ministro", afirmou Carlos Martins, esta quinta-feira, em comunicado.
Carlos Martins, que se encontrava na Costa Rica, em representação do Governo português, quando tomou conhecimento da polémica, garante ainda que enquanto exerceu a função de secretário de Estado agiu sempre "por critérios de boa-fé" e procurou dar o melhor "para atingir os objetivos do Governo e do Ministério do Ambiente e da Transição Energética".
A demissão foi, entretanto, aceite pelo ministro do Ambiente e da Transição Energética, João Pedro Matos Fernandes, e pelo primeiro-ministro, António Costa.
Num comunicado enviado às redações, João Matos Fernandes faz questão de "publicamente agradecer todo o empenho profissional e político" de Carlos Martins e "registar os seus relevantes sucessos, conseguidos ao longo dos mais de três anos em funções".
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"No contexto das políticas do Ministério, a ação generosa e esclarecida do Carlos Martins foi de importância capital", destaca.
Tanto o PSD como o CDS-PP tinham, esta manhã, pedido a demissão do secretário de Estado.
O primo de Carlos Martins, Armindo dos Santos Alves, tinha sido nomeado para o cargo de adjunto do secretário de Estado do Ambiente em setembro de 2016. Demitiu-se esta quarta-feira , confrontado com a polémica em torno das várias ligações familiares no Executivo.
Num esclarecimento enviado à TSF, fonte do ministério do Ambiente fez notar que a demissão ocorreu "quando o primeiro-ministro traçou uma linha vermelha em relação às nomeações de familiares por membros do Governo", na entrevista que deu à TSF e ao Dinheiro Vivo. A mesma fonte garantiu que o ministro João Pedro Matos Fernandes não sabia da existência da relação familiar entre o secretário de Estado e o seu adjunto.
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