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Ouça aqui na íntegra o programa Pares da República, numa conversa moderada pela jornalista Judith Menezes e Sousa
Manuel Ferreira Leite considera que se houver uma grande procura do passe único, com a redução de preço anunciada pelo Governo, o resultado pode ser uma grande revolta nacional.
A ex-ministra das Finanças entende que "não existem transportes públicos suficientes para uma adesão em massa".
No programa da TSF "Pares da República", a antiga líder social-democrata acusou ainda o executivo de António Costa de eleitoralismo.
"Se isto não é campanha eleitoral, não sei o que seja. Um planeamento bastante obtuso, porque é feito de trás para diante do que da frente para trás. Antes de poder oferecer transportes, ofereço incentivos. Portanto, a sorte deste governo será se não houver uma grande procura", defendeu Manuela Ferreira Leite.
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As acusações de eleitoralismo também fazem parte do argumento de Francisco Louçã. O ex-líder do Bloco de Esquerda acusou o Governo de ter esperado para lançar a medida antes das eleições europeias e legislativas.
"É claro que o Governo geriu o calendário desta medida para ela ocorrer em abril e até para ter um efeito sobre as famílias que têm duas crianças ou mais a partir do verão. Isso é muito discutível porque esta medida já devia ter sido tomada há muito tempo", frisou o Francisco Louçã, sublinhando que é uma medida muito importante.

© Pedro Granadeiro / Global Imagens
As contas do Novo Banco
No programa moderado pela jornalista Judith Menezes e Sousa, houve ainda tempo para falar do pedido de nova injeção de dinheiro do Fundo de Resolução no Novo Banco.
Para Francisco Louçã as contas registadas pelo auditor em 2017 "estavam erradas", colocando responsabilidades no Ministério das Finanças, Autoridade Tributária e também no Banco de Portugal.
"Não posso compreender que em 2018 quando a economia cresce um pouco, haja tantas famílias e tantas empresas que produzem 1400 milhões de créditos que explodem", questionou.
Já Manuel Ferreira Leite não entende como é que o buraco no banco pode ser uma surpresa para o regulador e para o próprio Governo. "Desde a resolução até hoje, não têm andado a controlar nada? Ficaram tranquilos com a venda que fizeram? Isto é que é o tema que está na base daquilo que aconteceu", frisou a antigo ministra das Finanças.
Francisco Louçã recordou ainda as palavras de Catarina Martins que equiparou as medidas para banca de António Costa e de Passos Coelho. Ora, o ex-líder bloquista entende que, na resposta, o PS foi muito mais duro com Catarina Martins do que com o PCP, por ter uma "estratégia" eleitoral.