A propósito das negociações, na Assembleia da República, com vista à eliminação da sobretaxa do IRS, ao fim dos cortes nos salários dos funcionários públicos, Jerónimo de Sousa faz questão de "registar" a disponibilidade dos socialistas para "ver se existe uma solução". O líder comunista garante que ainda não foi encontrada uma saída para o problema, mas afirma que o empenho do PCP é "muito grande" rumo a uma solução que respeite as limitações orçamentais.
Entrevista na íntegra do secretário-geral do PCP
Em relação ao sentido de voto do PCP no Orçamento do Estado para 2016, Jerónimo de Sousa mantém as reservas, afirmando que os comunistas só decidem depois de ver o documento. O secretário-geral do PCP classifica esta necessidade de um "exame prévio" ao OE2016 como absolutamente"ajustada", já que "o PS tem algumas conceções que colidem diretamente com as convicções do PCP".
Está por demonstrar se o governo de António Costa tem condições para acabar com austeridade
Não é por discordarmos aqui ou ali que o acordo vai ser rasgado
Jerónimo de Sousa admite que "em todo este percurso" será natural PCP e PS divergirem em diversas matérias, sem que haja "consequências institucionais", leia-se, sem que o acordo entre os dois partidos seja rasgado. Sem alinhar em dramas, o líder comunista diz que essas divergências "são da vida", e que o PCP estará "de acordo com tudo o que seja bom para os trabalhadores e para o país", e votará contra tudo o que não cumpra esses critérios.
O principal compromisso do PCP é com os eleitores
Elogia empenho do PS no diálogo parlamentar à volta de questões como a sobretaxa ou os cortes nos salários da FP
Ao longo destes primeiros dias de governo, e semanas de legislatura, têm sido vários os exemplos de diplomas entregues pelo PCP na Assembleia da República, textos legislativos que entram em rota de colisão com os planos do PS. Jerónimo de Sousa garante que "não se trata de desgastar, não se trata de desconfiar", mas apenas de cumprir aquele que é "o principal compromisso do PCP", o compromisso para com os eleitores.
Posição do PCP em relação ao OE2016, de esperar para ver, é razoável
Governo irá até ao final da legislatura desde que não se afaste do caminho certo
Nesta entrevista à TSF, Jerónimo de Sousa garante que "faz votos sinceros para que este governo governe na perspetiva da legislatura, porque isso significaria que deu resposta a anseios e necessidades nacionais". O secretário-geral do PCP clarifica a posição do PCP, afirmando que a "solução duradoura na perspetiva da legislatura é tanto mais alcançável, conforme se der resposta aos problemas", acrescentando ainda que "o pior que poderia acontecer era que o atual governo do PS não correspondesse às profundas expectativas de mudança que o povo tem".
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