António Costa diz não ao bloco central, Rui Rio diz "solução extraordinária"

O líder do PSD lembra que uma coisa são acordos pontuais para reformas estruturais e outra é o bloco central.

Três dias depois da assinatura de um acordo com o PSD, o primeiro-ministro voltou este sábado a descartar a possibilidade de um bloco central.

Durante a sessão de abertura de um festival organizado pela revista Visão, António Costa defendeu que a ideia de que um "bloco central que junte os dois maiores partidos empobrece a democracia" já que os cidadãos deixam de poder escolher entre duas alternativas, de continuidade ou de mudança.

Num comentário às palavras do primeiro-ministro, o líder do PSD realçou que essa é uma "solução de governação absolutamente extraordinária".

"Isso não tem nada a ver com acordos estruturais porque independentemente de quem ganha as eleições, de quem está no poder, o país, como um todo, precisa do governo e da oposição, precisa dos partidos todos para fazer essas reformas estruturais senão Portugal nunca as fará e atrasa o seu desenvolvimento", defendeu Rui Rio

O líder social-democrata participou este sábado de manhã na primeira reunião do Conselho Estratégico Nacional (CEN), em Coimbra, onde defendeu reformas estruturais nas áreas da justiça e Saúde.

Saúde e Justiça no centro das preocupações do Conselho Estratégico Nacional do PSD

A justiça e a saúde são duas das áreas em que o PSD vai apresentar reformas estruturais, que são "extremamente necessárias" para o país, disse, este sábado, o líder do PSD, Rui Rio, no final da primeira reunião do Conselho Estratégico Nacional (CEN), em Coimbra, onde adiantou: "Vamos trabalhar numa proposta de uma reforma profunda na área da justiça e global, não é só uma coisa pontual. É uma coisa global e bem pensada".

Outra das áreas que, segundo o presidente social-democrata, também "carece de uma atenção especial", é a saúde e, depois de uma semana dedicada a iniciativas ligadas a este setor - e que terminou ontem com uma visita ao Hospital Universitário de S. João -, Rui Rio afirma: "A semana da saúde permitiu-me ver melhor, já todos sabíamos disso, a situação dificilíssima do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e de todo o sistema de saúde em Portugal", considerando, no entanto, que nesta área não é necessário "uma reforma tão profunda como na Justiça".

"Não podemos ter pessoas há seis meses à espera por uma intervenção cirúrgica ou por ter uma simples consulta. Não pode ser, o país tem que dar uma resposta melhor. Se isso é feito por acordo ou se é feito por desacordo, ou como é que é feito no âmbito da tática política é me mais ou menos indiferente. O que eu quero é que o país faça isso e o PSD seja capaz de dar esse contributo", disse ainda o presidente do PSD.

O sistema político, a baixa natalidade, a Segurança Social e a desertificação do interior são outras das áreas em que o PSD promete "construir propostas no sentido de ajudar Portugal". No final do encontro, Rui Rio voltou a dizer que o Conselho Estratégico Nacional, que é composto por 30 elementos - e que este sábado reuniu pela primeira vez -, não pode ser encarado como um Governo Sombra, como aquele que já integrou no tempo de Durão Barroso.

O antigo presidente da Câmara do Porto sublinhou ainda que a ideia do CEN não é marcar a agenda política porque a "resolução dos problemas do país não se faz por ver quem marca a agenda política e quem consegue influenciar mais as notícias".

"Não me posso seguir por aquilo que está na moda, tenho que seguir, e o PSD tem que seguir por aquilo que verdadeiramente são os problemas do país, se isso marca ou não a agenda para mim é secundário", declarou.

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