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"Não pedi a ninguém para registar a minha presença", reafirmou José Silvano enquanto saudou o facto de a PGR estar a ponderar investigar o caso das faltas polémicas no Parlamento. Se não avançar esse processo, é o próprio Silvano quem pede que se desencadeie essa investigação.
"Sou eu próprio que reclamo publicamente que a PGR abra efetivamente um processo de averiguações o sentido de rapidamente, dar início a uma real investigação se, em tal processo, todo este episódio não ficar devidamente esclarecido", disse o deputado do PSD que trazia uma declaração escrita e não respondeu a perguntas dos jornalistas.
Ontem foi conhecido que o Ministério Público está a "analisar os elementos que têm vindo a público" sobre o comportamento do deputado José Silvano para depois decidir se se justifica uma investigação.
"Legalmente e eticamente nada há a apontar. Não registei a minha presença, não mandei ninguém registar. Não auferi qualquer vantagem monetária", insiste o deputado do PSD, que quer que o processo decorra com "a maior brevidade".
"Deixar permanecer as situações suspensas no tempo mais não representa que a materialização de uma perversa condenação pública por inação",
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"Quem não se sente não é filho de boa gente", afirmou ainda José Silvano que antes tinha dito que "nunca ninguém colocou em causa" a sua honorabilidade "até ter aceitado ser Secretário-Geral de Rui Rio".
"Quem não deve, não teme, ou melhor, nos tempos de hoje deve ser dito não devia temer. Sou um homem honrado",defendeu o deputado social-democrata.
O secretário-geral do PSD explicou anda que só hoje assumiu esta posição pública, porque "nunca imaginei que este episódio pudesse chegar ao patamar mediático a que chegou, atingindo de forma voluntária ou involuntária a minha dignidade, não querendo expor publicamente os meus colegas deputados".
No sábado, o Expresso revelou que José Silvano teria faltado nos dias 18 e 24 de outubro mas que a presença teria sido registada no Parlamento. A notícia levou o Presidente da Assembleia da República a questionar os serviços sobre o fundamento da notícia, tendo recebido como resposta que "outra pessoa" teria registado a presença de José Silvano, utilizando a palavra-passe do deputado.
Ainda ontem, o deputado do PSD assinou a folha de presenças no início da reunião da Comissão para a Transparência, mas não chegou a sentar-se à mesa durante as cerca de duas horas que duraram os trabalhos, atitude, por vezes, adotada por outros deputados.
Confrontado, várias vezes, pelos jornalistas com estes episódios, o líder do PSD Rui Rio manteve a confiança política no Secretário-geral, desvalorizou o assunto, considerando que são "questiúnculas" mas admitiu tratar-se de um caso que "não é agradável".