Após quatro anos de governação conjunta com os social-democratas, a candidata a líder do CDS vê, nos próximos tempos, ambos os partidos a tentar vincar as diferenças entre si. Assunção Cristas garante, no entanto, que haverá "diálogo próximo".
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"A importância que se dá a determinadas matérias é diferente num partido e noutro, eventualmente a solução é diferente num partido ou noutro, mas isso é o que ficará visível a partir de agora", afirma Assunção Cristas em entrevista à TSF.
Para a candidata à liderança do CDS-PP, a partir de agora, e no período que se segue ao congresso dos centristas, PSD e CDS devem encarar o futuro com duas ideias bem claras naquele que é o relacionamento entre as duas estruturas partidárias: "Diálogo próximo, mas cada um por si".
A ex-ministra considera que, daqui para a frente, os partidos devem seguir caminhos separados, mas que não deve haver uma quebra no diálogo regular com o anterior parceiro de coligação.
"Eu penso que as diferenças nalguns aspetos estarão [claras] e noutros não, mas ficarão claras à medida que os partidos se forem afirmando. Não quer dizer que não tenhamos muitas vezes convergência de perspetivas. Com certeza que temos vários pontos de convergência", acrescenta Assunção Cristas.
É com esses pontos de convergência que a candidata a líder do CDS quer manter segura a cooperação com os social-democratas, mas insiste, no entanto, que as prioridades imediatas passam por um fortalecimento à distância.
Nesse sentido, a vice-presidente do CDS-PP defende: "O importante, neste momento, é afirmar o CDS, é o olhar em frente aprofundando as nossas ideias, as nossas prioridades e trabalhar com as nossas pessoas e os nossos protagonistas de forma a estarmos bem preparados. Quando chegar o momento de assumirmos responsabilidades governativas nós temos de estar muitíssimo bem preparados".
Em entrevista à TSF, Assunção Cristas reitera ainda a perspetiva que tem em relação a um futuro governo de centro-direita.
"Imagine que, de hoje para amanhã, havia algum problema à esquerda e seria possível a coligação voltar a governar. Num quadro desses, que eu acho improvável e difícil, nós estaríamos certamente comprometidos com o que dissemos no nosso programa e aos eleitores que foi que estaríamos com o PSD na governação", afirma Assunção Cristas.
A candidata à sucessão de Paulo Portas sublinha, contudo que "coisa diferente são eleições, antecipadas ou não". E insiste: "Se houver eleições o CDS deve ir pelo seu pé".
Na passada sexta-feira, Assunção Cristas apresentou a moção ao 26.º Congresso do CDS-PP, que se realiza nos dias 12 e 13 de março.