Em Odivelas, o secretário-geral da UGT repetiu uma frase histórica do universo socialista e deixou o apelo a Costa: "Caro António, tens de investir no diálogo social". Costa garante que "emprego é a causa das causas".
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"O diálogo social é uma virtude, mas, não chega, se for desbaratado e esvaziado de sentido. Caro António, tens de investir no diálogo social", disse o líder da União Geral de Trabalhadores.
Num almoço-comício, em autarquia socialista, o atual secretário-geral da UGT fez uma das intervenções mais calorosas, em que defendeu que o emprego deve ser encarado como "a causa das causas" - uma ideia que António Costa viria a sublinhar durante a sua intervenção.
O sindicalista frisou também que "a concertação com os parceiros sociais" deve ser o "ponto de partida" para que António Costa encontre "soluções partilhadas e consensualizadas para as muitas matérias da governação".
Carlos Silva garantiu ainda que o secretário-geral do PS conta com o apoio da UGT: "Sabes que podes contar connosco, com o movimento sindical que aposta na negociação".
"Podemos não estar sempre de acordo, mas, tal não nos pode impedir, nem impede, de partilharmos os mesmo valores e princípios", reforçou.
O líder da UGT sublinhou também que as divergências devem ser encaradas com naturalidade: "É essa pluralidade de ideias que faz do PS um hino à liberdade de pensamento".
Carlos Silva deixou, no entanto, um aviso: "Mas, para que os portugueses voltem a acreditar nos políticos do seu país, importa falar verdade", acrescentou.
Depois dos apelos, o dirigente sindical ouviu António Costa garantir que há dois princípios fundamentais da candidatura socialista: "Devolver rendimento às famílias e criar condições para o investimento por parte das empresas".
O secretário-geral socialista definiu ainda outros compromissos para a próxima legislatura: "Prosseguir a atualização do salário mínimo nacional, aliviar a classe média da asfixia fiscal e diminuir o recurso aos contratos a prazo".
António Costa garantiu ainda que, com o PS no governo, os portugueses vão ver eliminada a sobretaxa de IRS e alterações aos escalões do IRS, e apontou o dedo à coligação PSD/CDS-PP: "O grande esforço do ajustamento foi suportado pelo brutal aumento do IRS sobre quem trabalha".
"Já sabemos o que ele - o primeiro-ministro - quer para a próxima legislatura: quer reduzir ainda mais os custos do trabalho, como se isso fosse aceitável".
Antes, também Carlos Trindade, dirigente da corrente socialista da CGTP, tinha discursado, para fazer um apelo ao voto e contra o abstencionismo: "A abstenção não é solução. Ficar em casa não é solução".
"O único partido de esquerda que pode derrotar a direita é o PS", insistiu.