Em entrevista à TSF e DN, o primeiro-ministro diz que continua a acompanhar as negociações entre Isabel dos Santos e o La Caixa. E acredita num acordo até domingo. BCE dará tempo, sem sanções, diz.
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António Costa está a acompanhar as negociações entre Isabel dos Santos e o banco catalão La Caixa, e diz-se confiante que haverá um acordo - ainda dentro do prazo imposto pelo BCE para que o BPI venda o banco angolano BFA, que é já este domingo.
"Não há nenhuma razão neste momento para não confiarmos que as partes chegam a um bom entendimento em tempo útil", diz o primeiro-ministro, na entrevista à TSF e DN (feita na Cooperativa Árvore, no Porto) e que passa na TSF amanhã às 11h00.
Depois de ter almoçado com Mário Draghi na quinta-feira, antes da reunião do Conselho de Estado António Costa diz-se mesmo confiante que o BCE não aplicará as sanções pesadas que estão previstas, mesmo que a formalização do acordo demore.
"Não há nenhuma razão para achar que o BCE não deixará de ter em conta que, uma vez acordo concluído o acordo, há procedimentos legais que têm um tempo próprio" -- e que esse tempo burocrático "não justifica a aplicação de sanções".
As negociações entre a empresária angolana e o banco catalão que tem a maioria do capital do BPI chegaram a ser interrompidas, mas foram entretanto retomadas. E foram lançadas depois do aviso do BCE de que os ativos do banco angolano BFA deixariam de ser considerados - pelo que teriam de ser compensados. O problema maior do banco português é que o La Caixa, mesmo tendo 44% do capital, não pode tomar as decisões sozinho: nas assembleias-gerais, Isabel dos Santos tem tantos votos quanto o banco catalão - e isso tem bloqueado várias decisões estratégicas do BPI.
O acordo permitirá a Isabel dos Santos ficar com o BFA, deixando a angolana o BPI.