Num mundo cada vez menos tolerante, Marcelo pede “amor ao outro” e avisa que “não há sociedades perfeitas”
Marcelo lembra que “a paz constrói-se todos os dias” e as sociedades tolerantes também se tornam “menos tolerantes”
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Marcelo Rebelo de Sousa avisa que não há sociedades perfeitas e apela ao amor pelo outro, numa altura em que há cada vez mais sinais de intolerância. Na mesquita central de Lisboa, num encontro pela paz, o Presidente da República sublinhou que a paz “constrói-se todos os dias”.
A mesquita central de Lisboa juntou nove religiões e Marcelo “nem era para falar”. O Presidente sentou-se apenas “para ouvir”, mas acabou também a “agradecer” e a verbalizar as próprias reflexões.
“Todos os dias se constrói ou se destrói a paz. Muitas vezes não temos essa noção, pensamos que há dias neutrais, e estamos preocupados com outras questões. Mas não. Estamos a construir ou a destruir a paz”, avisou.
E, para construir a paz, alerta o Presidente da República, é preciso “amar o outro”. É essa a “raiz última” para a construção da paz, nas palavras de Marcelo, num mundo cada vez mais extremado, com guerras em vários pontos do globo.
“Precisamos de amar mais os outros. E, nesse particular, não há sociedades perfeitas. As sociedades mais abertas, mais plurais, mais tolerantes, podem-se converter em menos tolerantes e menos abertas. Precisamente, porque não cuidam todos os dias do que é preciso fazer”, alertou.
Ou seja, “amar mais e odiar menos”, respondendo também aos anseios de todos. Também o autarca de Lisboa, Carlos Moedas, tomou a palavra para enfatizar a “diversidade” que se vive na capital portuguesa.
“Sentir que a nossa Lisboa é uma Lisboa da diversidade, da união, em que todos estamos juntos, é a coisa mais bonita que o presidente da Câmara de Lisboa podia viver, num momento tão difícil. Sabem o que eu acredito na diversidade”, disse.
“Diversidade” que se vive em Lisboa, apesar de sinais de intolerância que estão cada vez mais presentes. O Presidente da República já deu o mote: “Amar mais e odiar menos.”