"Nunca pensei que pudesse acontecer." Eva Cruzeiro diz que caso da assinatura adulterada é "extremamente grave"

Eva Cruzeiro, deputada do PS
Mário Vasa (arquivo)
Em declarações à TSF, a deputada socialista recusa levantar suspeitas
A deputada Eva Cruzeiro considera que o caso da assinatura adulterada na Assembleia da República é muito grave.
"Mandaram-me uma fotografia para verificar se aquela era a assinatura ou não. Obviamente que não era. Se eu não estive lá, não podia ser e os serviços da Assembleia perceberam se que, de facto, alguém assinou por mim. Acredito que o resto vocês saibam, porque isto é uma situação extremamente grave e é grave porque imagine que eu estaria lá como estando presente, no futuro alguém podia fazer, por exemplo, uma denúncia de haver uma presença indevida e eu ser prejudicada e vista como alguém que, se calhar, tentou cometer uma fraude quando eu, felizmente neste caso, não tenho nada a ver com sucedido", disse a deputada socialista à TSF.
Eva Cruzeiro teve a sua assinatura adulterada na reunião desta quarta-feira da Comissão de Assuntos Constitucionais, surgindo no livro de presença o nome "Evita Perón" no espaço que está destinado à sua assinatura. A deputada socialista recusa levantar suspeitas sobre quem adulterou a assinatura e confessa-se surpreendida por algo do género acontecer na Assembleia da República.
"Na verdade, gostaria que tivesse aparecido lá a assinatura milagrosamente, porque devo-lhe confessar que nunca pensei que no espaço em que nós estamos, dentro do Parlamento, a Assembleia da República, algo semelhante a isto pudesse acontecer, então eu não consigo sequer levantar suspeitas sobre ninguém, porque é tão grave, tão grave, tão grave que, na minha imaginação, isto nem sequer seria uma possibilidade. Quanto mais estar já aqui a tentar levantar suspeitas sobre alguém. Não tenho suspeitas sobre ninguém, nem quero que ninguém se ponha a fazer este tipo de afirmações, porque estamos perante uma coisa muito grave", afirma.
Eva Cruzeiro ainda não sabe que medida vai tomar depois do sucedido, mas diz que o presidente da Assembleia da República não deve ficar calado: "Eu, se fosse a presidente da Assembleia da República, eu acho que agia, porque, assim numa primeira impressão, parece-me algo muito grave. Não sei se sinto isto por me envolver a mim, mas acredito que eu teria a mesma opinião se fosse com outra pessoa. Então, no lugar dele, eu acho que eu reagiria. Agora, eu não sei qual é o procedimento neste tipo de situações, nem sei se isto já aconteceu alguma vez aqui na Assembleia. Então também pode ser prematuro estar aqui a dar uma opinião sobre o que ele devia fazer, porque eu confesso que não sei quais são os procedimentos neste tipo de situação."
