Carlos César, líder parlamentar, garante que os socialistas estão disponíveis para aumentos "pelo menos" nos níveis remuneratórios mais baixos. PS chumba diploma do BE sobre desigualdades salariais
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Os funcionários da administração pública com salários mais baixos podem ter um pequeno aumento no salário base já no próximo ano. A intenção foi reafirmada esta quinta-feira pelo líder parlamentar do PS, Carlos César, no final da reunião da bancada parlamentar.
A pouco mais de duas semanas de o Governo de António Costa entregar a proposta de Orçamento do Estado para o próximo ano, Carlos César diz que os socialistas estão a "trabalhar" para que pelo menos alguns trabalhadores do Estado possam sentir os efeitos de um aumento salarial.
"Pensamos que é possível trabalhar - e estamos a trabalhar - para ver se há também um aumento da remuneração base, pelo menos até a um determinado nível salarial", disse o presidente do Grupo Parlamentar do PS, que referiu que os trabalhadores da administração pública "serão em média aumentados em 2,9% no seu salário médio, por via da entrada em vigor dos descongelamentos" nas carreiras.
Questionado sobre se os aumentos para os salários mais baixos podem sentir-se já em janeiro, Carlos César respondeu: "Em 2019".
PS rejeita diploma do BE sobre desigualdades salariais
No final da reunião do grupo parlamentar, Carlos César disse ainda que, durante o plenário desta sexta-feira, o PS vai votar contra a proposta de lei do BE, que defende uma penalização para as empresas com elevadas desigualdades salariais.
"Para nós o que é relevante é que primeiro este debate decorra em sede de concertação social e só subsequentemente em sede de aprovação legislativa", afirmou o líder da bancada do PS, que concluiu: "Razão pela qual não viabilizaremos esta proposta e pela qual temos presente uma iniciativa do PS, uma resolução que faz incumbir ao Governo uma reflexão sobre esta matéria e a inclusão de propostas no âmbito da concertação social".
A propósito da matéria de desigualdades salariais, a coordenadora bloquista, Catarina Martins, já disse que com esta iniciativa o que o Bloco de Esquerda faz é "dizer que as empresas que estiverem fora desses limites de referência serão penalizadas, não podendo aceder a concursos público ou perdendo o acesso a benefícios fiscais ou outro tipo de apoios estatais".
"Quem não cumprir limites de referência de desigualdade salarial não pode ter qualquer apoio ou benefício do Estado", disse.
Já o projeto de resolução do PS recomenda que se criem mecanismos que introduzam um fator de proporcionalidade entre o maior e o menor salário dentro de uma organização, visando "uma mais justa redistribuição da riqueza".