O ex-Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, afirmou hoje que saiu "de consciência bem tranquila" de Belém e referiu que muita coisa não se sabe sobre a forma como exerceu funções, mas não quis agora "fazer revelações".
Cavaco Silva diz que ainda não é tempo para revelar algumas coisas do tempo em que foi Presidente
Cavaco Silva falava durante um almoço num hotel de Lisboa que juntou dezenas de pessoas que fizeram parte das suas equipas como presidente do PSD, primeiro-ministro e Presidente da República, às quais agradeceu, considerando-se "um privilegiado e um homem de sorte" pelas funções públicas que exerceu.
"Muita coisa se sabe sobre a forma como exercia as minhas funções de Presidente da República. Mas também há muita coisa que não se sabe, porque tomei a decisão de manter muita coisa reservada na convicção de que essa era a melhor forma de defender o superior interesse nacional", declarou.
No entanto, o ex-chefe de Estado não quis revelar informação nova nesta ocasião: "Este não é o tempo, como é óbvio, de fazer revelações. É o tempo para eu agradecer àqueles que estiveram ao meu lado nas mais variadas situações e me ajudaram a percorrer este caminho político".
Num discurso de cerca de quinze minutos, Cavaco Silva apontou um momento como decisivo para a entrada na sua vida política: "Se Sá Carneiro não me tivesse ido buscar à universidade e ao Gabinete de Estudos do Banco de Portugal, eu não teria tido carreira política, teria tido carreira académica, algo que também muito me satisfaz".
No final da sua intervenção, nomeou várias pessoas que trabalharam consigo e destacou o papel da sua mulher, Maria, e da sua família. "Eu não vos disse qual foi o privilégio maior que tive ao longo de toda a minha profissional e política, sem o qual eu não teria chegado onde cheguei: o privilégio de ter tido sempre ao meu lado a mulher com quem casei e toda a minha família", disse.