Ao contrário da maioria dos partidos representados na Assembleia da República, o CDS quer realizar um referendo sobre a eutanásia.
No programa Fórum TSF desta terça-feira, conduzido por Manuel Acácio, a deputada centrista Isabel Galriça Neto defendeu que a Assembleia da Republica "não tem mandato" para tomar uma decisão.
Para a deputada do CSD "não se pode confundir os direitos das pessoas em fim de vida com um pretenso direito a ser morto por outra pessoa".
Já o Bloco de Esquerda defende que o Parlamento tem todas as condições para decidir.
Subscrever newsletter
Subscreva a nossa newsletter e tenha as notícias no seu e-mail todos os dias
José Manuel Pureza defende que este não pode ser "um debate blindado, feito às escondidas".
O Bloco de Esquerda vai apresentar, no primeiro trimestre de 2018, um projeto de lei no Parlamento para legalizar a eutanásia e o suicídio assistido, à semelhança do partido ecologista Os Verdes, que se prepara para avançar com uma iniciativa semelhante.
"Entendemos que esta não deve ser, não pode ser, uma questão submetida a referendo", defende Francisco Madeira Lopes.
A favor da eutanásia, o líder do PAN recusa referendar a questão.
"Os direitos fundamentais não se referendam, cumprem-se", defende André Silva.
O PSD não vai avançar com qualquer proposta parlamentar, mas também rejeita referendar a questão da morte assistida.
Ricardo Batista Leite defende que esta "é uma decisão de consciência". Um referendo pode "proporcionar uma polarização da discussão, evitando uma discussão séria".
Apesar de considerar que não é um tema prioritário, o deputado António Filipe, do PCP, não deixa de reconhecer que o assunto é relevante e assegura que o partido está aberto à discussão.
"O PCP terá na AR uma posição relativamente a projetos que venham a ser apresentados", garante.
Apesar de ter sido também contactado pela TSF, o Partido Socialista não participou neste Fórum TSF.
O Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida encerra esta terça-feira um ciclo de debates que ao longo de oito meses promoveu 11 sessões por vários pontos do país sobre questões como a eutanásia, a morte assistida ou a decisão sobre o final da vida.
A iniciativa é promovida pelo Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida (CNECV), com o patrocínio do Presidente da República.