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"É uma regra. E essa regra é para ser aplicada." É assim, de forma simples, que Rui Rio começa por explicar a decisão que tomou de avançar para a justiça contra o ex-candidato do PSD à Câmara Municipal da Covilhã nas ultimas autárquicas . Marco Batista gastou, na campanha eleitoral, um valor muito acima do que estava orçamentado com a direção do partido. Perante isto, Rui Rio não teve dúvidas e avançou com uma ação judicial.
A notícia foi avançada esta sexta-feira pelo jornal I. Na sua primeira aparição, depois das férias, Rui Rio lembrou que "o que está em causa é alguém ser candidato a uma autarquia, estar autorizado pelo partido a gastar 100 e depois gastar 150." Quando assim é, avisa Rio, "tem que dar uma resposta pelo dinheiro que gastou a mais."
Em Monchique, onde visitou as zonas mais afetadas pelo incêndio deste verão, Rui Rio explicou que "se estivermos a falar de 4 ou 5 mil euros, não há problema. Se forem 20 ou 30 mil euros também não há, mas se forem valores muito diferentes, aí já há um problema". Rio assegura que o PSD assumirá sempre todas as despesas feitas em nome do partido, mas promete pedir sempre "responsabilidades a quem fez essas despesas."
Para além do caso da Covilhã, o presidente do PSD deixou ainda em aberto a possibilidade de haver outros casos idênticos. "Esse levantamento exaustivo está a ser feito", garante Rui Rio, acrescentando que "se quiserem saber quantos mais, vão ter que esperar para ver quantos vão entrar em tribunal."
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Rio, um político de boas contas
Indiferente às críticas internas, o presidente do PSD argumenta com a necessidade de passar a imagem de um político de boas contas: "Como é que eu vou governar o país se não conseguir governar o partido", questiona.
Apesar de as autárquicas de 2017 terem sido ainda da responsabilidade de Pedro Passos Coelho, Rui Rio não responsabiliza a anterior direção pelas falhas nas contas do partido "porque eles não podiam adivinhar", diz.
As contas da campanha na Covilhã são o primeiro caso concreto a chegar aos tribunais, mas estão a ser analisadas outras situações que podem vir a seguir o mesmo caminho. O partido quer obrigar os candidatos que não respeitaram o orçamento a devolverem o dinheiro que foi gasto sem autorização prévia da direção nacional.