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Ângelo Correia, que foi membro de várias direções nacionais do PSD, não ficou surpreendido com a intenção de Luís Montenegro anunciar, oficialmente, nos próximos dias, a candidatura à liderança do PSD e, assim, fazer frente a Rui Rio. "Já se percebia por algumas coisas que andavam no ar há muito tempo", sublinha, em declarações à TSF. E chega a dizer que esta vontade revela que "Montenegro é muleta de António Costa".
Agora, daí a concordar vai uma longa distância. Ângelo Correia avisa que as eleições nacionais e as europeias estão à porta e uma possível queda da atual liderança do PSD significa que "o partido vai entrar numa luta interna, num processo de reuniões, congressos, eleições diretas. Tudo isso vai ocupar o partido numa luta interior, interna, que vai ter um grau de polarização extrema e que vai coincidir quase com as eleições (legislativas)." Ou seja, nessa altura, o PSD "vai estar em convulsão, pior do que está hoje em dia", adverte.
Ângelo Correia, em declarações à jornalista Rita Costa, diz ser incompreensível a intenção de Luís Montenegro
Ângelo Correia considera "incompreensível" uma possível candidatura neste momento, e deixa uma série de perguntas: "Estamos a lutar por quem e para quem? Pelo povo português ou para ajudar o Partido Socialista? Esta atitude é para ser muleta do PS?" E vai mais longe: "Eles que andavam a acusar o (Rui) Rio de ser muleta do PS estão a provar ser a própria muleta. É incompreensível, a não ser por uma sede violenta e de poder que, na prática, vai destruir o partido".
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Ângelo Correia explica porque entende ser errada uma disputa da liderança do PSD nesta altura
Se não fosse uma "sede de poder", Luís Montenegro esperaria pelas eleições e, se de facto o partido apresentasse maus resultados, sempre tinha "mais alguma legitimidade para atuar a seguir em congresso. Ele está num processo é de flagelação interna do partido."
Ângelo Correia recorda as origens do partido. "O PSD foi pensado para construir um processo que garantisse às pessoas mais liberdade e mais bem-estar. Essas são as matrizes fundamentais. (...) Os tempos mudam, mas as formas de fazer política, não. Nós não podemos ser uns cata-ventos".
Em declarações à jornalista Rita Costa, Ângelo Correia lembra a matriz do PSD
Sobre a opinião de Manuela Ferreira Leite, de que mais vale um resultado pequeno nas eleições do que um rótulo de direita , Ângelo Correia foi parco em palavras: "Não a ouvi, mas é uma senhora que eu estimo há muitos anos", conclui.