Sem se comprometer com as exigências da esquerda parlamentar sobre a anulação de concursos e o patamar de 1% para a Cultura no Orçamento de 2019, o ministro Castro Mendes tentou apaziguar os ânimos prometendo diálogo com os agentes culturais e "convergência" com os parceiros de maioria.
"Ouvimos o setor e o Governo vai continuar a ouvir e vai continuar a convergir com os partidos que apoiam esta solução governativa", disse o ministro da Cultura a fechar um debate de atualidade pedido pelo CDS-PP para discutir os apoios ao setor da Cultura.
Castro Mendes insistiu que o setor da Cultura recebeu um aumento de 15% desde 2015 e garantiu que o novo modelo de concursos para apoio às artes "é evolutivo".
"Este modelo não foi concebido como um modelo rígido. Não é imune à realidade das coisas", justificou o ministro explicando o reforço de 2,2 milhões anunciado pelo primeiro-ministro.
Durante a discussão parlamentar, PCP, Verdes e Bloco de Esquerda exigiram que no próximo Orçamento de Estado a Cultura atinja a meta de 1%.
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Vânia Dias, deputada do CDS, adaptou a Farsa de Inês Pereira de Gil Vicente ao caso do apoio às artes, com António Costa no papel de Inês Pereira e os agentes culturais como o "marido traído".
"Disposto a ganhar as eleições de 2015, António Costa aposta muitas fichas na Cultura e promete que, não só constituirá um ministério, mas chegará à meta de 1%. Mas cedo se percebeu que era uma paixoneta de verão. Os agentes culturais têm razão para se sentirem traídos", disse a deputada centrista.
Na próxima semana, no dia 12, o primeiro-ministro vai receber em audiência uma comissão informal de artistas que têm contestado os critérios do concurso do programa de apoio às artes.