O PSD acusou o primeiro-ministro de "faltar ao respeito" ao parlamento e aos portugueses ao dar uma "não resposta" às 30 perguntas feitas pelos sociais-democratas em junho sobre a Caixa Geral de Depósitos (CGD).
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Em causa estão 30 perguntas endereçadas a 14 de junho ao primeiro-ministro sobre a CGD e o seu processo de recapitalização. O PSD recebeu, na passada quinta-feira, uma missiva do gabinete de António Costa, na qual é reiterado pelo chefe do Governo que no atual momento de negociação a nível internacional "é extemporâneo comentar especulações mediáticas e, consequentemente, condicionar a capacidade negocial do acionista".
Hugo Soares lamenta falta de resposta do primeiro-ministro
Ouvido pela TSF, Hugo Soares, vice-presidente da bancada do PSD e coordenador do partido na comissão parlamentar de inquérito à Caixa, lamentou a "falta de respeito que o governo e o primeiro-ministro demonstram quer pelo parlamento quer pelos portugueses".
Hugo Soares lembra que várias das perguntas eram relacionadas com os últimos cinco anos da Caixa, "nomeadamente se o Governo confirmava ou não os melhores resultados que a Caixa teve nos últimos cinco anos e são perguntas que nada têm a ver com o processo de recapitalização".
O deputado adianta que também existiam perguntas relacionadas com o processo de reestruturação e "que os portugueses exigem saber como é que a Caixa Geral de Depósitos chegou a esta situação".
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A constituição da comissão de inquérito sobre a gestão e recapitalização do banco público foi imposta por PSD e CDS-PP, através de um requerimento potestativo.
Os parlamentares da comissão tomaram posse esta semana e na segunda-feira haverá uma conferência de líderes extraordinária sobre os trabalhos, depois de a esquerda ter rejeitado por maioria um requerimento potestativo dos sociais-democratas para realizar três audições - precisamente as de Carlos Costa, José de Matos e Mário Centeno - nos próximos 15 dias.
A esquerda pediu na reunião de quinta-feira da comissão de inquérito que chegasse documentação requerida a entidades como a CGD ou o Banco de Portugal antes de avançar para as audições pedidas por PSD.