O Presidente da República garante que "é melhor para todos" que os britânicos decidam pela permanência do Reino Unido na União Europeia (UE). Caso contrário, defende Marcelo Rebelo de Sousa, "a Europa tem de mostrar vitalidade".
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O chefe de Estado revelou esta terça-feira, à margem de uma visita ao Hospital das Forças Armadas, em Lisboa, que no encontro de ontem com Donald Tusk manifestou o desejo de que o Reino Unido fique na UE, mas diz-se otimista em relação ao resultado. "Embora com moderado otimismo, estou convicto de que o voto livre dos britânicos vai no sentido de continuarem", disse.
Se, porventura, os britânicos livremente decidirem a saída da União Europeia no referendo, acrescentou, em vez de ficar "complexada", a União Europeia deve "levar mais longe aquilo que neste momento tem estado a meio da ponte, em compasso de espera" e aprofundar as questões da união política, da união económica, da união monetária, da união digital, da união bancária, além de dever ser mais solidária e estar mais próxima dos cidadãos.
Questionado sobre as consequências para Portugal de uma eventual saída do Reino Unido da União Europeia, o Presidente da República admitiu que "seria mau para o Reino Unido, mau para a Europa e mau para Portugal", reiterando ser um "otimista" e estar convicto que "não vai sair".
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O exemplo de Belém
Questionado se confirma a realização de uma auditoria interna na Presidência da República, noticiada hoje pelo Diário de Notícias, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou que "é importante num tempo de finanças apertadas a Presidência da República estar atenta e dar o exemplo".
O presidente da República confirma auditoria em Belém, sublinhando que é importante dar o exemplo em tempo de finanças apertadas
"Para o futuro é importante isso estar presente, não significa nenhuma crítica a ninguém, é apenas uma prevenção para o futuro", acrescentou.
A importância do consenso
Em declarações aos jornalistas, o Presidente da República insistiu ainda na necessidade do plano de reestruturação da Caixa Geral de Depósitos merecer um "amplo consenso nacional", escusando-se a comentar a realização de uma comissão de inquérito ou uma auditoria forense.
Marcelo Rebelo de Sousa reitera apelo ao consenso para reestruturação da Caixa
"É importante que o plano de reestruturação que venha a ser apresentado seja um plano que mereça um consenso nacional, trata-se de uma grande instituição que todos acham que deve continuar uma instituição portuguesa, pública e forte", afirmou.
Questionado se está preocupado com o que se passa no banco público e como vê as notícias sobre a realização de uma comissão parlamentar de inquérito ou de uma auditoria forense à instituição, Marcelo Rebelo de Sousa escusou-se a pronunciar-se sobre o que o parlamento "está a fazer ou vai fazer".
Além disso, acrescentou, a Assembleia da República "é livre de fazer" o que entender e essas questões nada têm que ver com o chefe de Estado, "uma vez que não é uma lei que tenha de promulgar".
O Presidente da República insistiu que para a CGD continuar a ser "portuguesa, pública e forte" deve ter um plano de reestruturação "bem sucedido e baseado num amplo consenso nacional".