Sanções à Venezuela. MNE "não faz nada que prejudique" comunidade portuguesa

O ministro dos Negócios Estrangeiros garante toda a atenção ao que se passa na Venezuela, mas mostra-se cauteloso quando questionado sobre eventual aplicação de sanções.

Alinhada com a União Europeia (UE) contra a formação da nova Assembleia Constituinte na Venezuela, a posição de Portugal depende sempre, garante Augusto Santos Silva, de uma questão prioritária: "o que é que ajuda mais e o que prejudica a comunidade portuguesa e luso-venezuelana que reside na Venezuela".

"Essa é a minha pergunta principal e eu não faço nada que prejudique e faço tudo que possa apoiar", garantiu o ministro dos Negócios Estrangeiros.

O ministro considera, por isso, que na frente diplomática "queimar etapas não faz sentido", ainda mais estando em causa a eventual aplicação de sanções a Caracas.

E mostra-se muito cauteloso: "Vamos ver qual é a necessidade que temos de conduzir um processo de pressão político-diplomática que está em curso sobre todas as partes venezuelanas no sentido de facilitar um compromisso entre elas", afirmou, quando questionado insistentemente pelos jornalistas.

À margem da cerimónia de apresentação oficial da candidatura portuguesa à Agência Europeia do Medicamento, no Palácio das Necessidades, em Lisboa, Augusto Santos Silva explicou que a posição conjunta da União Europeia sobre a situação na Venezuela é clara na defesa de uma solução política.

"Não há nenhuma solução política que não passe por um compromisso entre as partes, que têm de renunciar a qualquer uso de violência", esclareceu, acrescentando os recados dos 27 países para os dois lados em confronto e, em particular para o governo de Nicolas Maduro.

"Tem de libertar os opositores políticos que estão presos - e não prendê-los -, tem de respeitar a separação de poderes e a liberdade de manifestação e o direito à manifestação pacífica, além de respeitar os direitos humanos", adiantou, concluindo que às duas partes em conflito cabe "entender-se quanto ao novo calendário eleitoral".

Enquanto isso não sucede, Portugal vai "manter-se atento e na linha da frente da defesa dos interesses do país e dos portugueses". Até onde a diplomacia permitir.

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