Pierre Moscovici diz que "deve ser saudado que a economia portuguesa está a recuperar bastante".
Admite que a CE adota agora uma "nova abordagem de encorajamento não de punição"
"Se os cidadãos europeus encararem a Europa como uma sanção vão voltar-se contra a Europa" e foi por isso que, apesar de incertezas, não rejeitámos o projeto de Orçamento", explicou o comissário dos Assuntos Económicos aos deputados.
Pierre Moscovici admite que "é preciso ter a humildade para reconhecer que o otimismo do governo português sobre o OE 2016 se confirmou".
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No entanto, de acordo com a classificação da Comissão Europeia, entre os países que estão ou não em risco de incumprimento, "Portugal é provavelmente o melhor aluno, entre os oito países que estão em risco".
Moscovici diz que Portugal é o melhor aluno
"O risco (para 2017) é mínimo, entre 0 e 0,1% mas existe e daí a nossa classificação", justificou Moscovici.
Confrontado, pelos deputados da esquerda parlamentar, sobre o eventual acordo que terá permitido um tratamento mais favorável à França, o atual comissário europeu e antigo ministro francês das Finanças, rejeitou que tenha havido qualquer "acordo secreto" com a Comissão Europeia.
Moscovici comenta eventual acordo com a França
"Deixemo-nos de brincadeiras! Sou francês e sou comissário europeu, sei como se aplicam as regras, também fui ministro das Finanças, estava presente nessa altura e não houve acordo secreto entre a República francesa e a Comissão Europeia", sublinhou Pierre Moscovici.
À saída da audição na Comissão de Assuntos Europeus, o comissário reiterou que "há boas notícias para Portugal porque vai sair do procedimento por défice excessivo por ter um défice abaixo de 3% e assim vai continuar".
Pierre Moscovici afirmou que os números do crescimento da economia portuguesa "são muito satisfatórios" e manifestou esperança que "assim continuem".
Moscovici admite como justificado optimismo do governo português
Questionado sobre a exigência dos partidos da esquerda de uma renegociação da dívida, o comissário europeu para os Assuntos Económicos disse que um "haircut da dívida" não é uma questão na mesa das conversas com o Governo.
Sublinhou ainda que, para a Comissão Europeia, o caminho para a redução da dívida passa por "défices baixos e estímulo ao crescimento".