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Carlos César condena as considerações tecidas por Cavaco Silva no segundo volume de "Quinta-Feira e Outros Dias: Da Coligação à Geringonça".
São "observações que revelam falta de sentido de Estado", criticou o presidente do Partido Socialista no programa da TSF "Almoços Grátis".
As críticas a António Costa, por exemplo, podiam bem aplicar-se ao próprio ex-presidente da República.
"Cavaco Silva é muito expedito em dizer que o atual primeiro-ministro era um artista, que gostava de empurrar apenas os assuntos para a frente. Artista foi Cavaco Silva, que consentiu e colaborou em empurrar problemas para a frente como os do Banif, do BCP, da CGD, do Novo Banco do fundo de resolução, do crédito malparado."
"Afinal teve de ser aquele que era o artista a resolver esses problemas", ironiza.
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Cavaco Silva "ainda não ultrapassou a sua ausência de funções relevantes do Estado". Só há um ponto a favor deste livro de memórias, diz: o facto de se tratar do último volume.
Luís Montenegro admite que "aqui e ali se pode identificar alguma zona em que o recato do exercício da função presidencial possa estar um bocadinho mais colocado em causa".
No entanto, defende, Cavaco Silva escreve com "grande coragem e sem tabus". O PS é que se "quis dar a dores".
A "denúncia do contexto de várias decisões não resulta numa birra de Cavaco Silva, resulta de dados factuais sobre o comportamento do Partido Socialista durante vários anos."
Este livro, defende ainda, revela a "deceção" que o antigo Presidente teve com os socialistas na oposição, por não terem "ajudado o país e o Governo que estava em funções na altura durante a altura mais delicada da nossa história democrática", com a presença da Troika.
"Nós próprios no PSD tivemos dúvidas face à situação limite das medidas que tivemos de tomar, mas se não tivesse sido essa firmeza, porventura confundida com essa posição de austeridade exagerada, que nenhum de nós teve prazer em defender, teríamos hoje um país muito pior, onde as pessoas viveriam muito pior."
Com Anselmo Crespo e Nuno Domingues