António Costa, secretário-geral do PS, discursou na abertura do 22.º Congresso do Partido Socialista, após uma extensa homenagem a Mário Soares. O líder socialista começou por falar sobre os 45 anos do partido, realçando que o PS se pauta por uma batalha pela liberdade.
"Aquilo que dá esta identidade única ao PS é um corpo de valores: são os valores da liberdade, da democracia, da igualdade e de integração na Europa sem sacrificar universalismos português", frisou.
"Nenhum português tenha dúvidas em saber o que é o PS e onde está o PS", frisou, enaltecendo o facto de o PS ter estado em algumas das maiores conquistas de liberdade do país, "Podemos dizer que estamos onde sempre estivemos com a mesma convicção que podemos dizer que estaremos exatamente onde estamos".
Nesta senda, Costa falou sobre o aborto, o casamento entre pessoas do mesmo sexto, a coadoção e colocou na mesma linha de pensamento a eutanásia, tema que tem marcado a atualidade.
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"Há novas oportunidades de alargar esse espaço, respeitando a consciência de cada um, não impondo a ninguém qualquer comportamento, mas assegurando a todos que o queiram ter uma morte digna e poder recorrer à eutanásia, como na próxima semana defenderemos na Assembleia da República", disse no discurso.
No mesmo seguimento, António Costa recordou ainda que o PS sempre se bateu pela luta "contra a corrupção", pela "democracia participativa" e pelo "direito ao referendo", frisando que "a democracia pode ser sempre mais". "O PS esteve na primeira linha no combate contra a corrupção", ressalvar.
A descentralização, um tema em que o PS assinou um acordo com o PSD, também não foi esquecido, com Costa a assegurar que um dos grandes objetivos para o país é "aprovar pacote da descentralização".
E por falar em PSD, houve uma pequena boca à direita. "Temos o menor défice orçamental desde o início da nossa democracia, começou-se a reduzir a dívida, o que permite baixar os juros, mobilizando dinheiro para onde ele deve ser investido, que é em melhor saúde, educação e melhores serviços públicos em Portugal. Se há algo que nos devemos orgulhar nestes dois anos e meio é que acabámos com o mito de que em Portugal é a direita que sabe governar a economia e as finanças públicas", disse, ressalvando que "o PS é o partido que melhor governa a economia e as finanças públicas".
No discurso foram também deixadas promessas para o Serviço Nacional de Saúde, com uma recordação a António Arnaut, conhecido como o "pai" do SNS.
"SNS de saúde que António Arnaut criou é um orgulho e uma responsabilidade para todos nós", disse, prometendo mais condições para "defender e promover o SNS", mas enaltecendo o aumento número de profissionais de saúde, assim como mais consultas, cirurgias e atendimentos, mas garante que é preciso continuar. "O que fizemos não chega para o que vamos continuar a fazer. Estamos aqui para continuar esse trabalho", disse.
O problema do Interior do país também foi realçado por António Costa, com a ideia de que é necessário dar valor aos recursos endógenos, para "retirar regiões do empobrecimento e despovoamento". "Não desistimos enquanto não tivermos um país com mais coesão", assegura o líder socialista.
A questão das longas carreiras foi relembrada no Congresso e Costa reiterou que em outubro se continuará a "caminhada" e que entrarão em vigor as reformas antecipadas, um assunto levado por Jerónimo de Sousa ao último debate quinzenal e ao qual o primeiro-ministro já tinha dado resposta.
Numa curta passagem pelo tema das eleições, o primeiro-ministro recordou o "extraordinário resultado autárquico", mas quer focar-se no "médio prazo e longo prazo e identificar grandes desafios para o país", nos quais enumerou as questões climáticas, a demografia, o SNS e a sociedade digital.