Cerca de duas horas e meia depois do início da audição do ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Vieira da Silva, os ânimos exaltaram-se na Comissão de Trabalho e Segurança Social, quando a deputada socialista Wanda Guimarães, que até então tinha presidido aos trabalhos, acusou o PSD e o grupo parlamentar social-democrata de "transtorno psicótico político".
Ânimos exaltados no Parlamento após a intervenção de Wanda Guimarães
"As direitas - e neste caso estou-me a referir àquela que saiu adornada de social-democracia no último congresso do PSD - têm mudado, de facto, o seu comportamento. Primeiro assistimos a uma grande agressividade e agora passou para o que eu chamaria de transtorno psicótico político. Atenção, político", afirmou a deputada e vice-presidente da Comissão.
Apesar do sublinhado feito por Wanda Guimarães à palavra "político", na resposta, Adão Silva, em defesa do grupo parlamentar do PSD, não poupou nas palavras: "Eu não lhe aceito, eu não lhe tolero, que a senhora em circunstância nenhuma me trate a mim e aos meus colegas do PSD como psicóticos.
E, subindo o tom, o deputado social-democrata insistiu: "Não aceito que a senhora me trate por psicótico, porque eu nunca fui deselegante com vossa excelência. A comissão estava decorrer nos termos em que devia decorrer e vossa excelência não tem o direito, nem tem sequer a categoria para insultar o grupo parlamentar do PSD".
Adão Silva, olhando nos olhos a deputada socialista, pediu ainda "ponderação", sublinhando não haver na bancada social-democrata "psicóticos", mas "deputados com ideias e princípios pelos quais se batem".
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"Com a expressão que usou acaba a insultar o trabalho que tem sido feito na comissão pelo ministro da Segurança Social e ele, seguramente, não merecia esta expressão errática e esta nódoa no meio desta intervenção", acrescentou o deputado.
Colocando um ponto final na discussão, Wanda Guimarães - que começou por afirmar que não iria responder a Adão Silva - afirmou: "Se gosta mais de autismo do que de transtorno psicótico, pronto. Agora, não me interrompa porque isso é falta de educação".
Após a troca de argumentos, Jorge Falcato Simões, deputado eleito pelo BE, lançou um repto para que os deputados à Assembleia da República deixem de usar expressões relacionadas com autismo, psicose, paralisia ou cegueira.