Para o bem do país, PM e PR devem manter-se "tão unidos como até agora"

Em entrevista à TSF e Diário de Notícias, Ferro Rodrigues falou também da CGD, para defender que a "responsabilidade" de duas comissões "é dos partidos que a levarem para a frente".

Ferro Rodrigues tem "as maiores dúvidas" sobre a existência de duas comissões de inquérito sobre a Caixa Geral de Depósitos (CGD) mas remete essa "responsabilidade" para o PSD e para o CDS.

Em entrevista à TSF e Diário de Notícias, o Presidente da Assembleia da República recorda o parecer que solicitou aos serviços jurídicos, quando PSD e CDS apresentaram o primeiro pedido para uma comissão de inquérito que investigasse o processo de recapitalização da CGD: "No próprio texto que a assessoria jurídica do Parlamento fez sobre todas estas questões, dizia que era sempre possível criar uma nova comissão de inquérito".

Apesar de ter "muitas dúvidas" sobre "se faz sentido haver duas comissões de inquérito - "uma com um objetivo mais geral, como aquela que está em movimento" e uma outra "só por causa dos SMS e os e-mails" - Ferro Rodrigues diz que, sendo a iniciativa potestativa (obrigatória) a "responsabilidade é dos partidos que a levarem para a frente".

"Desde que o objeto seja constitucional e legal têm todo o direito de o fazer", sublinha Ferro.

O Presidente da Assembleia da República falou também da relação entre o primeiro-ministro e o Presidente da República.

Ferro Rodrigues considera que a polémica em torno de Mário Centeno não afetou a relação entre António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa, mas assume que todos os "namoros têm sempre momentos melhores e piores.

"Mas eu não vejo isso como um namoro, vejo isso como uma solidariedade forte entre dois órgãos de soberania que, para o bem do país, se mantenham tão unidos como até agora", adiantou.

Nesta entrevista, Ferro Rodrigues falou ainda da sua atuação como Presidente da Assembleia da República.

Desde o discurso de posse que Ferro Rodrigues tem sido acusado de ser parcial, o PSD diz que na duvida, Ferro "faz o jeito ao PS". A esta posição, Ferro Rodrigues diz que tem sido "completamente imparcial" e lembra que no plenário, tem "tido mais problemas com o PS e com a Esquerda do que com o PSD e a Direita".

"Mas eu compreendo que, para quem esteve no poder durante muitos anos e tinha aquela visão de que os órgãos de soberania, de forma direta ou indireta, estavam subordinados a uma maioria de direita, lhes continue a custar ver-me ali", disse, recordando a "relação positiva" com todos os líderes parlamentares de esquerda e de direita.

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