PS: Carlos Costa "é um ativo tóxico". Oiça aqui o debate sobre o Banif

Caracterização do deputado do PS João Galamba foi feita no debate sobre o Banif organizado pela TSF nesta segunda-feira. Os cinco partidos reagiram mal à carta de Mario Draghi a defender Constâncio.

Depois do BPP, do BPN e do BES, o Banif foi mais um banco no qual o Estado injetou milhões de euros. A meio caminho da comissão de inquérito a TSF lançou o debate com os cinco partidos.

Ouça a primeira parte do debate

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A esquerda em peso pediu a saída do governador do Banco de Portugal: "Carlos Costa é um ativo tóxico", acusou o socialista João Galamba, "que prejudicou de forma muito negativa a imagem do país. Infelizmente só pode sair pelo próprio pé". O Bloco de Esquerda concordou com a imagem deixada pelo PS: "já devia ter saído há muito tempo. Não se compreende como é que um governador que não tem reconhecimento nem apoio continua a manter-se", afirmou Mariana Mortágua. O PCP reiterou a sua posição, através do deputado Miguel Tiago: "não compreendemos como é que ainda está em funções".

Ouça aqui a continuação do debate

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O CDS sugere a Carlos Costa que por um lado faça "a sua própria análise" ao seu desempenho e, por outro, "analisar as conclusões desta comissão de inquérito"

Apenas o PSD, através de Margarida Mano, foi menos exigente: "não vejo como responder a essa questão", começou por responder, acrescentando depois que "a menos que haja questões que se levantem de novo nesta comissão ou noutras", não vê motivos para isso.

Carta de Draghi foi "um equívoco"

Os deputados reagiram também à carta que o presidente do Banco Central Europeu enviou ao parlamento, na qual defende a posição de Vítor Constâncio, que afirmou que está impedido, pelas regras europeias, de responder à Assembleia da República.

O PS entende, explica João Galamba, que é preciso esclarecer os contornos jurídicos que alegadamente impedem o BCE de responder a parlamentos nacionais e por isso o partido vai solicitar um parecer nessa matéria.

João Almeida, do CDS, argumenta que Mario Draghi "não é procurador nem advogado de Vítor Constâncio, e por isso a resposta de Draghi não serve como resposta de Vítor Constâncio".

O Bloco de esquerda não aceita os argumentos de Mario Draghi: o BCE, sustenta Mariana Mortágua, interfere demasiado nas questões nacionais para que não responda ao parlamento, independentemente do formalismo legal.

O PSD entende, por outro lado, que a missiva de Draghi é "um equívoco". Margarida Mano explica que o BCE "não terá compreendido que o que está em causa é a chamada do ex-governador do Banco de Portugal". A deputada entende, seja como for, que a carta "parece uma desculpa para não prestar esclarecimentos, o que é inaceitável".

Miguel Tiago, do PCP, entende que se carta é um equívoco, então será "um equívoco muito bem tecido, até porque há semanas João Ferreira [deputado do PCP no parlamento europeu] e Nuno Melo [do CDS] questionaram o BCE sobre o estado da banca portuguesa e o BCE disse que não tinha nada que responder".

O Banco Internacional do Funchal, tal como o conhecíamos, desapareceu em dezembro, depois de uma resolução e venda que implicou um custo de mais de 2 mil milhões de euros para o Estado.

O caso está a ser analisado numa comissão de inquérito, e a meio caminho desses trabalhos no parlamento a TSF abriu a porta à discussão sobre a queda do Banif num debate com representantes dos cinco partidos com assento na Assembleia da República: João Almeida do CDS, João Galamba do PS, Margarida Mano do PSD, Mariana Mortágua do Bloco de Esquerda, e Miguel Tiago do PCP.

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