Entrevistado por Fernando Alves, na Manhã TSF, Francisco Assis valoriza os resultados do Partido Socialista (PS), que conquistou mais de metade dos municípios do país, e do CDS-PP, com a candidatura de Assunção Cristas à Câmara de Lisboa a retirar a maioria absoluta a Fernando Medina e a tornar o CDS na segunda força mais votada, com quase 21% dos votos.
O eurodeputado socialista Francisco Assis considera que os grandes perdedores da noite eleitoral foram o Partido Social Democrata (PSD) e o Partido Comunista Português (PCP).
Um PSD agarrado ao passado
Francisco Assis, que termina agora um mandato autárquico, na Assembleia Municipal do Porto, considera que o PSD sofreu as consequências de ter ficado "agarrado" ao desfecho das últimas legislativas - quando uma vitória sem maioria dos sociais-democratas deu origem a um governo PS, apoiado por PCP e Bloco de Esquerda.
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"O PSD ficou excessivamente fixado nos acontecimentos pós-eleições legislativas", diz Francisco Assis, "isso refletiu-se nas votações das autárquicas e, em particular, nos grandes centros urbanos".
Francisco Assis considera que PSD continua fixado na perda do governo para o PS
Em Lisboa, a candidata social-democrata Teresa Leal Coelho ficou em terceiro lugar, atrás de Assunção Cristas, com 11,2% dos votos.
Apesar de tudo, Francisco Assis acredita que estes resultados são "conjunturais" e que o cenário pode alterar-se nas próximas eleições
"As coisas mudam muito depressa. Aquilo que parece inamovível num determinado momento, entra em movimento rapidamente. Grandes vitórias dão origem a grandes vitórias. O PSD tem boas perspetivas, apesar de tudo", defende.
A perda dos bastiões comunistas
Para Francisco Assis, a questão que poderá ter maiores consequências no cenário político do país é o resultado do PCP, que perde dez municípios, alguns deles - como Almada e Beja - que sempre foram câmaras comunistas.
Francisco Assis acredita que a perda de autarquias PCP vai provocar mudanças imediatas na ação do partido
"O PCP tinha nesses bastiões autárquicos a sua referência máxima de poder em Portugal e acaba por perder isso", afirma Assis. "Pode ser uma derrota histórica (...) e conduzir, no imediato, a algumas alterações de comportamento por parte do PCP", considera.