Relações familiares no Governo: da "sobranceria" de Costa à "base de apoio estreita"

Manuela Ferreira Leite acredita que a existência de ligações familiares no Governo "empobrece" o Conselho de Ministros.

A nomeação de Ana Catarina Gamboa, mulher do ministro Pedro Nuno Santos, para o gabinete de Duarte Cordeiro levantou, mais uma vez, a questão das ligações familiares no seio do Governo. No programa Pares da República, Manuela Ferreira Leite e José Ribeiro e Castro avaliaram a situação.

A antiga ministra das Finanças acredita que a existência de vários familiares "empobrece a decisão do Conselho de Ministros", admitindo que o "problema é serem membros do Governo".

Ferreira Leite aponta ainda o dedo a António Costa pela forma como aceita estas ligações: "É uma sobranceria por parte do primeiro-ministro ser completamente indiferente a essa situação." Para a governante, esta posição "é uma demonstração de duas coisas: da base de apoio extremamente estreita em que provavelmente ele está e não consegue recrutar e, outra, o facto de cada vez mais as pessoas se afastarem da política".

Por outro lado, Ribeiro e Castro defende que as ligações familiares são um tema de interesse para as pessoas, mas não acredita que mudem o sentido de voto.

"Tenho dúvidas que as pessoas mudem o seu voto por essas questões, as pessoas gostam de discutir isso, dizem mal, comentam... Agora, o que muda a política é se a pessoa é arrogante ou não é arrogante, se é agressiva no seu modo de desempenho, se é séria ou não é séria, se foi um caso de favorecimento ou não e também se perturba ou não a independência do desempenho", esclarece.

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