Ribeiro e Castro: Moções existem "para o Governo e não para as oposições"

Antigo líder do CDS critica a moção apresentada por Assunção Cristas como uma "instrumentalização". Já Manuela Ferreira Leite considera que a moção "não tem pés nem cabeça" e "só serve para unir a esquerda".

Se com a moção de censura ao Governo, Assunção Cristas quis "colocar em cheque o PSD", Ribeiro e Castro discorda e considera que para ser "um instrumento esgrimido com sucesso, teria sido útil que tivesse havido consultas com o outro partido da oposição".

"Quando a moção de censura é apresentada, pela imprensa, como forma de por em cheque o outro partido da oposição ou de mostrar liderança, há aí uma instrumentalização que não é o fim a que se destinam as moções de censura", afirma o antigo Presidente centrista no programa da TSF Pares da República, sublinhando que "as moções de censura censura existem para o governo e não para as oposições".

E se agora, a líder do CDS até sugere que, em caso de uma hipotética queda do Governo, as eleições legislativas poderiam realizar-se ao mesmo tempo do que Europeias, José Ribeiro e Castro lembra também que, em janeiro do ano passado, quando o caso foi aflorado, não se ouviu essa posição.

No debate desta quarta-feira, Ribeiro e Castro espera que "sejam expostas as contradições do PCP do Bloco de Esquerda", caso contrário a moção será "um ato falhado".

Uma moção "sem pés nem cabeça" que faz Costa "dar graças"

No programa Pares da República, Manuela Ferreira Leita foi particularmente crítica da moção apresentada pelo CDS que vê como uma forma de "criar espetáculo" e "ter tempo de antena".

"É uma moção de censura que não tem pés nem cabeça nem pelo momento, nem pelo conteúdo nem pelos argumentos que utiliza", considera a antiga líder social-democrata que encontra como único objetivo "uma certa projeção política durante uns dias" para concluir que "esta não é forma de fazer política".

"Nunca o PSD atual teria uma medida destas: inventar uma moção de censura para ter tempo de antena nos jornais", sublinha Ferreira Leite defendendo o voto a favor da censura porque o PSD discorda do rumo seguido pelo Governo.

Questionada sobre o facto de António Costa ter comentado que a moção visa apenas "arrastar o PSD", Manuela Ferreira Leite ironiza: "Então quer dizer que o CDS tinha duas enormes vantagens: unir a esquerda e desunir a oposição. É realmente um dois-em-um".

Sublinhando que esta moção "não tem efeito absolutamente nenhum", a antiga líder do PSD considera ainda que derrubar o Governo, neste momento, "era o maior favor que se podia fazer" a António Costa.

"Era deitá-lo abaixo antes de se entrar no período de que é previsível que comecem a ver-se sinais que são dados na rua e no bolso das pessoas, que aquela política que está a ser seguida foi um fogacho".

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