O ensaísta português Eduardo Lourenço considerou, em entrevista este domingo ao programa Discurso Directo da TSF e do DN, que o novo acordo ortográfico «é uma ideia um bocado peregrina».
Depois de ter assinado uma petição contra este acordo, o escritor português reiterou que o documento não é «necessário», porque a «prática linguística dos brasileiros» continuará a ser feita segundo os termos actuais, bem como a portuguesa.
O ensaísta lembrou que entre os Estados Unidos da América e o Reino Unido não existe nenhum acordo do género para a língua inglesa.
«O brasileiro tem uma espécie de força e de autonomia» quanto ao português, o que significa que assume a «liderança da língua», adiantou.
A viver em França há várias décadas, Eduardo Lourenço opinou que Portugal nada tem a haver com o país que deixou há 50 anos e que a Europa continua parada desde o Tratado de Nice, assinado em 2001.
O pensador português considerou que o continente «está sem dinamismo interno», porque «não tem inimigo, ou seja, deixou de ter uma motivação forte» e lembrou que a Europa nasceu «numa resposta a uma ameaça da União Soviética».