Ajuda externa vai provocar alterações no estilo de vida, diz filósofo

O filósofo José Gil defendeu, em entrevista à TSF, que a presença do FMI em Portugal marca o fim da esperança que nasceu com o 25 de Abril de uma vida melhor para os portugueses.

Entrevistado pela TSF, José Gil, considerado pela revista Nouvel observateur como um dos 25 maiores pensadores mundiais, não tem dúvidas em afirmar que, e à semelhança do que está a acontecer na Grécia e na Irlanda, também em Portugal as medidas de austeridade que vão ser impostas pela "troika" vão alterar profundamente o nosso modo de estar e de viver.

«Vai trazer uma série de modificações, possivelmente até nas mentalidades dos portugueses. Vai haver uma diferença na maneira de viver o consumismo, vai haver uma mudança na maneira como se olha para a política, etc. Transformações estas que já estão a acontecer na Grécia e na Irlanda», considerou.

José Gil chamou também à atenção para o simbolismo que a chegada a Lisboa dos negociadores do FMI, do Banco Central Europeu (BCE) e da Comissão Europeia têm na sociedade.

São encarados como um sinal de «perda de soberania» e da «pobreza a que o país chegou».

Os portugueses, sustentou ainda José Gil, estão agora a ser confrontados com o fim da esperança de uma melhor qualidade de vida que surgiu com o 25 de Abril.

«Será o fim de qualquer coisa, que desde há 35 anos continuava, apesar de todos os falhanços, fracassos, das políticas dos governos, com a esperança numa melhoria da qualidade de vida dos portugueses. E, pela primeira vez, isso vai ruir», alertou José Gil.

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