2,5 milhões de doses de reforço até janeiro. Ministério está a "rever o plano"
Pessoas abrangidas pela redução do intervalo entre doses ou vacinadas com dose única da Janssen passaram a ser elegíveis. Graça Freitas confessa que ficaria "muito satisfeita" se pudesse anunciar a vacinação de crianças.
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O Ministério da Saúde está "a rever o plano" de vacinação contra a Covid-19 para incluir no mesmo todos os recém-elegíveis para doses de reforço da vacina contra a Covid-19, revelou esta quarta-feira o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Lacerda Sales, que atualizou o objetivo para janeiro: 2.500.000 pessoas vacinadas com a terceira dose.
Neste universo, que começou por ser de 1.500.000 pessoas, estão agora incluídas as pessoas abrangidas pela redução do intervalo entre doses e todos os maiores de 18 anos que foram vacinados com o fármaco de dose única da Janssen.
"Ontem foram vacinadas mais de 50 mil pessoas com terceiras doses em Portugal", indicou Lacerda Sales, que anunciou que o ministério quer que "em janeiro tenhamos 2,5 milhões de pessoas vacinadas com terceiras doses".
Centros abertos para vacinados Janssen com mais de 50 anos
Nos dias 5, 8, 12 e 19 de dezembro, os centros de vacinação vão estar abertos para "vacinar a população com mais de 50 anos a quem foi administrada vacina da Janssen", um universo de "mais de 250 mil pessoas". Os restantes "serão progressivamente agendados, por faixa etária, até janeiro".
Em conferência de imprensa no ministério da Saúde, o secretário de Estado revelou também que já há um milhão e 600 mil pessoas vacinadas contra a gripe. A necessidade de reabertura de centros de vacinação está a ser avaliada, assim como a necessidade de reforço das equipas.
"Nenhum dos recursos humanos no anterior processo de vacinação foi dispensado", mas vai ser emitida uma norma "para que se possa contratar todos os recursos humanos necessários" ao funcionamento e segundo as necessidades dos centros de vacinação.
O coronel Penha Gonçalves recorda que, tal como o plano mudou, os objetivos também mudaram e, por isso, vai ser necessário "reforçar o plano mudando a estrutura", mas os responsáveis estão confiantes de que vão "ter capacidade".
DGS ficaria "muito satisfeita por anunciar a vacinação para as crianças"
Sobre a vacinação dos mais pequenos, Graça Freitas revelou que a Agência Europeia do Medicamento (EMA) vai publicar o parecer sobre a vacinação de crianças entre os cinco e os 11 anos. Esta vacina destinada à população infantil terá uma dosagem diferente das vacinas que foram administradas até agora.
"Este pormenor é muito importante porque vamos seguir a lógica habitual: a EMA publica, temos acessos aos ensaios clínicos, a comissão técnica de vacinação emite o seu parecer e depois anunciaremos o plano da vacinação pediátrica. A própria Pfizer vai iniciar, só em dezembro, o processo de distribuição da vacina aos países. Neste momento, o grupo dos 0 aos 9 anos, exatamente por não estar vacinado, é o que revela incidência do maior número de casos no nosso país", esclareceu a diretora-geral da Saúde.
Fortemente a favor da vacinação, Graça Freitas confessa que anseia por poder anunciar as vacinas para as crianças.
"A primeira dose das vacinas que damos em Portugal no Plano Nacional de Vacinação dá-se na maternidade. Por isso tenho de ter total confiança na vacinação. Se a EMA considerar que a relação benefício/risco da vacina é positiva e a comissão técnica da vacinação der um parecer positivo e atender a que há uma formulação pediátrica adaptada às crianças, a diretora-geral da Saúde ficaria muito satisfeita por anunciar a vacinação para as crianças", afirmou.
Quando a EMA aprovar a vacina, assinala Graça Freitas, a DGS terá acesso a "dois documentos muito importantes": um com todas as características da vacinação e outro com a documentação dos ensaios clínicos "para perceber todo o processo de decisão". Depois, os países "podem decidir em função das suas características".
Questionada pela TSF sobre as prioridades em relação à vacinação das crianças, a responsável realçou que a primazia na vacinação foi e continuará a ser a de "proteger primeiro os mais vulneráveis" e que podem ser afetados por formas graves da doença.
"Vamos vacinando por grupos etários decrescentes, o que não quer dizer - como vai fazer-se agora com a Janssen - que não se abra uma outra linhagem de vacinação", assinalou. A data de entrega das vacinas por parte da Pfizer é "determinante para saber quando vamos começar a vacinar".
Nesta nova fase de vacinação há a pressão do Natal a acelerar o processo, mas Lacerda Sales garante que está a correr a bom ritmo, com mais de 90 mil inoculações registadas só na terça-feira.
"Estamos a vacinar uma faixa de população que tem maiores dificuldades de mobilização, mas queremos, antes do Natal, vacinar o maior número de pessoas ilegível possível", disse.
Os hospitais já disponibilizaram ao Governo todas as escalas dos profissionais de saúde até ao final do ano e o secretário de Estado garante que as escalas recebidas dão "alguma segurança e conforto na preparação de medidas".