O advogado de Manuel Godinho elogiou, esta quinta-feira, à entrada para o Tribunal de Aveiro, a forma como o juiz Raul Cordeiro está a dirigir o caso Face Oculta.
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«O interrogatório que ontem o senhor juiz fez ao Dr. Armando Vara foi de uma correcção e de uma excelência absolutamente exemplares», comentou.
Artur Marques sublinhou que tem «uma longa experiência de tribunais» e não se recorda de «ter visto tamanha correcção e tão elevado sentido daquilo que deve ser o juiz num julgamento».
O advogado do principal arguido no caso Face Oculta reagiu também ao requerimento apresentado quarta-feira pelo Ministério Público para que fossem ouvidas escutas que não constam dos autos.
É algo «completamente ilegal e, sobretudo, profundamente desleal», considerou, mostrando-se contra a hipótese de as gravações serem ouvidas. «O processo penal não é compatível com este tipo de comportamentos», acrescentou.
A terceira sessão do julgamento do Face Oculta começou, esta quinta-feira, cerca das 09:45, continuando as audições dos advogados de defesa sobre o requerimento apresentado para ouvir escutas que não constam do processo.
Segundo o procurador do Ministério Público Marques Vidal, estas conversas iriam permitir esclarecer «várias controversas» entre as declarações prestadas por Armando Vara no tribunal, na quarta-feira, e durante a fase de inquérito sobre o alegado envolvimento na demissão de dirigentes no sector dos transportes.
Na sessão desta quinta-feira estão presentes 12 dos 36 arguidos e deverá igualmente prosseguir a audição do ex-ministro socialista Armando Vara, que na quarta-feira prestou declarações durante cerca de cinco horas.