ANTRAM e Fectrans reúnem com Governo sob pressão para evitar greve de motoristas

O porta-voz da ANTRAM - Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias - diz que espera esta terça-feira "negociar com quem cumpre protocolos e recupera documentos".

Em declarações aos jornalistas à entrada para a reunião no ministério das Infraestruturas, André Matias de Almeida disse "ver com muita apreensão para alguns sindicatos não queiram cumprir documentos que assinaram".

"Preparamo-nos para apresentar um conjunto de propostas ao Governo para melhorar as condições destes sindicatos", reiterou.

José Manuel de Oliveira, da Fectrans - Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações - diz não esperar que "o acordo seja alcançado de hoje para amanhã", mas antes no "momento oportuno".

"Será o mais breve possível, com empenho da nossa parte", assegura.

Questionado se a Fectrans se sente pressionada a aderir à greve - sendo a única estrutura que ainda não manifestou intenção de aderir à paralisação até ao momento, José Manuel de Oliveira diz que não - a decisão está tomada e a negociação a decorrer.

"O processo está a decorrer nos prazos que estão previamente estabelecidos. Há debate para todas as matérias que queremos discutidas (...) há evolução nalgumas matérias, outras mais recuadas, mas isso faz parte do processo. Não temos qualquer pressão."

Em declarações ao Público, o representante do Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) garante que os trabalhadores não irão cancelar a greve "em troca de uma promessa de desencadear um processo que já antes aconteceu e que não teve resultados".

"Agradecemos o empenho do sr. ministro e aceitamos levar aos sócios, mas a greve só será desconvocada quando a ANTRAM aceitar (ou pelo menos contrapropor de forma séria e honesta) relativamente aos temas que para estas pessoas são imprescindíveis e que foram ontem entregues ao Ministério", reafirma Pedro Pardal Henriques.

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O ministro das Infraestruturas Pedro Nuno Santo recebe esta manhã a ANTRAM e a Fectrans depois de esta segunda-feira ter estado reunido com o Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) e o Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM)

Os motoristas apresentaram quatro pontos inegociáveis ao Governo, que não revelam para já. Cabe agora ao Executivo mediar a discussão dos mesmos com a ANTRAM, que por sua vez tem até sexta-feira para apresentar uma contraproposta que permita evitar a greve marcada para a próxima semana.

A greve convocada pelo SNMMP e pelo SIMM, que começa na próxima segunda-feira, dia 12, por tempo indeterminado, ameaça o abastecimento de combustíveis e de outras mercadorias.

O Governo terá de fixar os serviços mínimos para a greve, depois de as propostas dos sindicatos e da ANTRAM terem divergido entre os 25% e os 70%, bem como sobre se incluem trabalho suplementar e operações de cargas e descargas.

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