Na sessão desta quarta-feira, no Tribunal de Aveiro, Armando afirmou por várias vezes que nunca conversou com o então ministro Mário Lino e rejeitou a acusação de tráfico de influências.
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Armando Vara afirmou várias vezes esta tarde que nunca falou com o ministro Mário Lino ou com a secretária de Estado, Ana Paula Vitorino, para demitir o presidente da Refer, Luís Pardal, com quem Manuel Godinho, o principal arguido neste processo, mantinha um diferendo em tribunal.
«Isso para mim é uma acusação absurda porque não tem qualquer fundamento de prova. A engenheira Ana Paula Vitorino diz que nunca lhe falei no assunto, o engenheiro Mário Lino diz que nunca lhe falei no assunto, portanto todos dizemos que nunca falamos uns com os outros sobre essa matéria, mas o Ministério Público acha que sim», declarou Armando Vara.
O antigo ministro confessou-se magoado por ter sido feito uma acusação tão corrosiva que corresponde a um linjamento público.
Mas o procurador do Ministério Público não se deixou comover. Marques Vidal encontrou contradições entre as declarações de hoje e as prestadas por Armando Vara na fase de instrução. Por isso pediu a incorporação de novas escutas no processo.
Porém, Tiago Rodrigues Bastos, advogado de Armando Vara, recusou a integração dessas e de outras escutas justificando que não por «qualquer receio de sermos confrontados com o que quer que seja, agora tenho o dever de não aceitar que haja um desrespeito tão grave das regras processuais como aquele que se pretende».
Armando Vara está acusado de três crimes por tráfico de influências e ao que a TSF conseguiu apurar as escutas que o procurador Marques Vidal gostaria de integrar no processo são relativas a uma conversa entre Vara e José Sócrates pedindo que o presidente da CP, Cardoso Reis, não fosse demitido.
Como tal não aconteceu, o Ministério Público procura assim fazer prova de que Armando Vara movia influências.