Associação contesta vigilância de florestas a cargo de desempregados e beneficiários de RSI
No dia em que começa a época de prevenção de incêndios, a Associação Nacional de Empresas Florestais, Agrícolas e do Ambiente acusa o Governo de concorrência desleal.
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Em causa está o protocolo assinado esta semana entre três ministérios (Solidariedade, Administração Interna, Agricultura e Mar) para por dois mil desempregados e beneficiários do Rendimento Social de Inserção (RSI) em ações de prevenção de incêndios, reflorestação e vigilância das florestas.
Na segunda-feira, o ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social, Pedro Mota Soares, afirmou que o protocolo "Trabalho Social pelas florestas" permite acelerar o regresso dos desempregados ao mercado de trabalho.
O presidente da Associação Nacional de Empresas Florestais, Agrícolas e do Ambiente, que representa empresas que fazem este trabalho, garante que muitas estão paradas, sem contratos, e a ter de despedir trabalhadores. Um estado de coisas em que o Estado, diz Pedro Serra Ramos, não é inocente.
O presidente da Associação Nacional de Empresas Florestais acusa o Estado de ir buscar pessoas que não percebem nada de floresta e promover a ideia de que qualquer um pode trabalhar na limpeza de matas.
Pedro Serra Ramos alerta que entregar essa tarefa a desempregados acarreta custos que podem não ser evidentes.
A iniciativa do Governo vai contar com um total de meio milhão de euros alocado pelo IEFP (Instituto do Emprego e Formação Profissional) e com a participação das Câmaras Municipais, que foram as entidades promotoras de 340 projetos aprovados (62%).
A Fase Bravo de combate a incêndios florestais, a segunda mais crítica, começa hoje e mobiliza 5.175 operacionais, 1.251 viaturas, 34 meios aéreos e 70 postos de vigia.