Associação de Empresas Turísticas pede fiscalização preventiva por IVA na restauração
A Associação das Empresas Turísticas Portuguesas (AETP) solicitou ao Presidente da República que avance com o pedido de fiscalização preventiva do Orçamento do Estado para o próximo ano devido aos 23% de IVA sobre a restauração.
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«Reforçamos que só o avanço do iníquo, contraproducente e discriminatório IVA máximo no estrutural setor da restauração e bebidas e outros causará uma já anunciada perda para o Estado português superior a 800 milhões de euros em receitas fiscais, o encerramento de 30 mil empresas e o despedimento de 100 mil pessoas», escreveu a AETP em comunicado.
O presidente da AETP, Horácio de Matos, reiterou que o Presidente da República, Cavaco Silva, pode «corrigir uma situação que já vem desde 2011» e garantir que o próximo Orçamento do Estado é «limpo, constitucional e não destrutivo para a economia».
«Se só as referidas graves perturbações económicas e sociais não ferirem os valores básicos subjacentes à Constituição da República Portuguesa então será aceitável pensar-se que de pouco vale esta Constituição ao povo português», sublinhou a AETP no comunicado.
As receitas do IVA da restauração estão a aumentar muito abaixo do previsto, segundo a associação do setor AHRESP, que se baseia em contas da consultora PricewaterhouseCoopers (PwC) e da Sociedade de Advogados Espanha & Associados.
Com a subida do IVA na restauração de 13% para 23% em 2012, disse na quarta-feira à Lusa o advogado João Espanha, da Espanha & Associados, as receitas de IVA deviam «ter crescido 200%, num cenário conservador». No entanto, segundo o mesmo especialista, a realidade demonstra que o crescimento da receita é muito inferior.
No debate na especialidade da proposta de Orçamento do Estado para o próximo ano, o secretário de Estado dos assuntos Fiscais anunciou um aumento de 106% da receita do IVA proveniente da restauração, entre janeiro e agosto, um acréscimo que defendeu ser resultado da luta contra a fraude e evasão fiscais.