Associações de Militares recebem com reticências intenção de garantir progressões sem aumento de despesa
As Associações de Militares receberam com algumas reticências a intenção do Governo de garantir progressões nas carreiras sem aumento da despesa.
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A declaração do ministro da Defesa foi feita, na segunda-feira à noite, no Parlamento, durante o debate na especialidade do Orçamento do Estado.
Lima Coelho, da Associação de Sargentos, pediu cautela com propostas muito inovadoras: «Não pode sequer passar a ideia peregrina de que pode haver aqui promoções, sem o respectivo acompanhamento retributivo. As forças armadas não são propriamente um alegre grupo excursionista, em que se põe uma medalhinha, fitinha ou um lenço de cor diferente e as pessoas vão progredindo com se nada fosse».
Também o coronel Manuel Cracel, o presidente da Associação dos Oficiais das Forças Armadas, pede prudência: «As soluções nas forças armadas acontecem sem que em nenhuma circunstância nós devessemos estar aqui a conversar sobre uma questão destas, quando muito eventualmente por causa da racionalização as promoções podiam acontecer de forma diferente, mas congelar promoções já cai no âmbito do anedótico e rídiculo»
Manuel Cracel considera que esta questão deve ser tratada com «seriedade» e «bom senso».
«Já é tempo dos nossos governantes irem percebendo que os militares, embora estando sob a alçada da administração directa do Estado, não são funcionários públicos. Ponto final e aquilo que não é igual, não pode ser tratado como igual», disse.