António de Sousa, presidente da Associação Portuguesa de Bancos, entende que o pedido de ajuda externa era «inevitável». Já João Salgueiro recusa a tese de que a pressão do sistema financeiro levou a que este pedido fosse feito.
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O presidente da Associação Portuguesa de Bancos considera que o pedido de ajuda externa era algo «inevitável desde há umas semanas ou dias a esta parte».
Para António de Sousa, esta decisão tornou-se «inevitável» a «partir do momento em que foi claro do Banco Central Europeu que o financiamento do Estado que estava a ser feito pelos bancos não podia continuar a aumentar».
«A situação estava a atingir números muito elevados. A banca nunca quis deixar de apoiar nem a economia portuguesa nem o Estado e o sector empresarial do Estado», explicou António de Sousa, que disse que Portugal poderá vir a precisar de um empréstimo de 75 mil milhões de euros.
Por seu lado, João Salgueiro, que presidiu à Associação Portuguesa de Bancos, diz que não foi a pressão do sistema financeiro que levou a que este pedido fosse feito.
«Acho que devíamos ter negociado há três ou quatro meses atrás quando tínhamos condições para negociar. Agora estamos de mão estendida, não é uma negociação», lembrou.
João Salgueiro frisou ainda que a banca se limitou a «informar sobre a dimensão do problema que já era visível para muita gente mas eles [os governantes] estavam em melhores condições para perceber».