A procuradora-geral da República deixou hoje um apelo sobre o caso BES. Joana Marques Vidal quer que todos os envolvidos apressem procedimentos para que o caso seja tratado na Justiça.
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«É importante que haja um esforço objetivo no sentido de, o mais rapidamente possível, atendendo à complexidade do que está em causa, mas também com a perspetiva de determinar e averiguar os atos que efetivamente foram praticados, haja essa preocupação com a celeridade para atingir fins úteis», disse Joana Marques Vidal à margem do congresso dos magistrados do Ministério Público, em Vilamoura.
No entanto, a procuradora-geral da República avisa que não se pode apressar um inquérito de forma a que seja colocada em causa a própria investigação criminal. Joana Marques Vidal avisa que os inquéritos ao BES que correm no Ministério Público vão demorar o tempo que for necessário.
Joana Marques Vidal lembrou ainda que, mais importante que o número de inquéritos, é saber se as matérias e os factos estão a ser investigados.
«Parece-me que a questão de saber quantos inquéritos pendentes estão em investigação neste momento é secundária. O que importa é saber se todos os factos e todas as matérias relativas ao universo BES estão a ser investigadas, porque a própria lei prevê a possibilidade de concentrar processos ou separar processos conforme a necessidade», disse.
«As conclusões dos inquéritos relacionados com o BES, como as conclusões de muitos inquéritos que mexem com milhares de pessoas e com os seus direitos, têm de ser obtidas no tempo útil necessário para serem investigados, porque não podemos também ter a pretensão de investigar temáticas e criminalidade complexa num tempo tão curto que ponha em causa a própria investigação criminal», explicou.
O Ministério Público está nesta altura a analisar as conclusões da auditoria forense pedida pelo Banco de Portugal.