O Governo escolheu Carlos Moedas, atual secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro, para integrar a futura Comissão Europeia. A informação foi adiantada à TSF por fonte do gabinete do primeiro-ministro.
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O atual secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro, Carlos Moedas, foi o escolhido para integrar a futura Comissão Europeia, liderada por Jean-Claude Juncker, uma informação adiantada à TSF por fonte do gabinete de Passos Coelho.
Natural de Beja, Carlos Moedas, de 44 anos, é o braço-direito de Passos Coelho não apenas para questões técnicas mais ligadas á Economia e às Finanças, mas também para questões políticas.
Em declarações à TSF, o comentador de política David Dinis considerou que esta era a solução preferida de Pedro Passos Coelho, que nunca teria verdadeiramente desejado a saída de Maria Luís Albuquerque do Governo.
«Isso representava sempre um problema para o Governo sobretudo com a instabilidade do sistema financeiro em cima da mesa: o caso BES», acrescentou o diretor do jornal eletrónico Observador.
David Dinis recordou ainda que o chefe do Governo português teve de considerar a saída da ministra das Finanças, uma vez que Juncker pediu explicitamente que fosse Maria Luís Albuquerque a escolhida para este lugar.
Embora seja um nome que agrada a PSD e ao CDS, o comentador lembrou que este não é o nome que agradará ao PS, pois «foi um executor pleno do memorando de entendimento».
«Era uma das pessoas-chave na coordenação do memorando e da sua execução e isso colocará sempre o PS de pé atrás. Não é difícil de adivinhar o que dirá o PS desta escolha», concluiu David Dinis, que advinha que os socialistas vão ligar Carlos Moedas ao facto de ter sido «um executor das políticas da troika».
Carlos Moedas, há três anos no Governo, foi o único negociador que se manteve do primeiro ao último dia como interlocutor entre o Governo e a troika e chegou a integrar a equipa que negociou o Orçamento de Estado para 2011 ao lado de Eduardo Catroga.
Antes desta sua primeira experiência governativa, Moedas fez carreira na banca, nas empresas, nas consultoras e assessorias de investimento, tendo passado pela Goldman Sachs no Departamento de Aquisições e Fusões.
Carlos Moedas, que é militante do PSD, formou-se em Engenharia Civil no Instituto Superior Técnico e viveu em Paris e nos EUA.