Castelo de Paiva ardeu e nove empresas ficaram destruídas, mas o Governo ainda não agiu
Gonçalo Rocha, presidente da Câmara de Castelo de Paiva, diz continuar à espera de respostas do Governo duas semanas após o incêndio que destruiu nove empresas no Centro de Apoio à Criação de Empresas do Vale do Sousa.
Corpo do artigo
Duas semanas após o incêndio na zona industrial de Castelo de Paiva, várias das empresas afetadas conseguiram retomar a atividade parcialmente noutros locais. A informação é revelada à TSF pelo presidente da Câmara. Gonçalo Rocha explica que foram encontradas algumas soluções provisórias para que as empresas conseguissem voltar a trabalhar nas condições possíveis.
"Na maior empresa que desenvolvia a sua atividade, os trabalhadores estão a ser recolocados nas novas instalações que estavam para abrir brevemente. Neste momento, já estão a funcionar." Também entre as médias e pequenas empresas têm sido operadas várias resoluções, conforme relata o autarca Gonçalo Rocha: "Uma ou outra empresa conseguiu algumas soluções provisórias. Alguns conseguiram, de forma precária, encontrar soluções que não se podem estender por muito tempo, no fundo, para tentarem manter os clientes que têm. Se perderem os clientes, perdem tudo. Isso não pode acontecer."
TSF\audio\2020\07\noticias\27\goncalo_rocha_2_iefp
O edifício que ardeu a 13 de julho é gerido pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional. A Câmara de Castelo de Paiva já encontrou um lugar alternativo para onde as empresas se podem transferir, mas Gonçalo Rocha lamenta que o IEFP ainda não tenha tomado uma decisão. "O edifício que ardeu é pertença do Estado e é da pertença do Instituto de Emprego e Formação Profissional, que no fundo era o senhorio de todas aquelas empresas", assinala Gonçalo Rocha, que remete para o IEFP "uma responsabilidade muito maior" de acelerar medidas.
"Peço que haja uma celeridade maior, porque estamos num ambiente de grande excecionalidade", concretiza o autarca, já que considera ser "importante que esse espaço alternativo possa ser uma realidade a curto prazo, para que as empresas possam retomar a sua normalidade no trabalho".
TSF\audio\2020\07\noticias\27\goncalo_rocha_3_governo
Resta "aguardar que as instalações que arderam sejam construídas, e esse compromisso já existe, no mais curto intervalo de tempo", diz.
O incêndio em Castelo de Paiva afetou nove empresas que empregam 400 trabalhadores, alguns dos quais em lay-off. O autarca pediu ao Governo que comparticipe os salários a 100%, como já aconteceu noutras ocasiões, mas a resposta ainda não chegou. "Fizemos uma carta ao senhor primeiro-ministro, fizemos também comunicações ao IEFP, à própria Segurança Social, ao secretário de Estado do Emprego, à ministra da Segurança Social. Cabe a muitos esta responsabilidade..."